
Terça-feira, 05 de Janeiro de 2010
VALOR MÉDIO DO CSI RONDOU OS 89 EUROS EM 2009
Mais de metade dos beneficiários do Complemento Solidário para Idosos (CSI) receberam em 2009 menos de 100 euros mensais, com o valor médio atribuído pela Segurança Social a rondar os 89 euros, noticia a Lusa/Sapo. De acordo com os dados fornecidos pelo gabinete do Ministério do Trabalho, até 11 de Dezembro beneficiavam desta prestação um total de 240.820 idosos. Segundo a mesma fonte, o valor médio mensal do CSI em 2009 rondou os 89 euros, sendo que 35 por cento dos beneficiários recebeu mais de 100 euros por mês.
QUINZE MIL À ESPERA DE ENCONTRAR LUGAR NUM LAR
Há milhares de idosos que vivem sozinhos, sem protecção da família nem cuidados básicos, e nem sequer estão sinalizados pela rede social, não beneficiando de qualquer apoio. Mas para os que procuram lugar num lar, o Estado também não tem resposta. "Estima-se que haja 15 mil pessoas em lista de espera", adianta ao DN Lino Maia, presidente da Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade (IPSS). Para acolhimentos temporários, as solicitações das famílias são cada vez maiores, nomeadamente em tempo de férias. Mas para estes casos não há sequer hipótese, diz Lino Maia, pois a maioria das IPSS não disponibilizam este serviço. A resposta pode ser apenas encontrada nos privados, e não sai barata, pois a maioria não precisa só de alojamento, mas de cuidados de saúde específicos. O abandono nas alturas festivas resulta por isso, muitas vezes, na morte dos mais frágeis. O delegado regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo, António Tavares, confirma que há sempre um elevado número de mortes de idosos nesta época. O problema é um misto de vários factores: solidão, falta de cuidados básicos de alimentação e de enfermagem, dificuldades de locomoção ou de visão. Os casos de saúde mental também são cada vez mais preocupantes, diz Eugénio Fonseca, presidente da Cáritas. Para doentes com Alzheimer ou Parkinson não há quase resposta na rede pública. O número de idosos apoiados pelos serviços sociais tem vindo a crescer, seja através da rede de cuidados continuados, dos lares ou do apoio domiciliário. "Mas ainda não temos uma política de apoio à família", lamenta, acrescentando que a solução tem de passar pela recuperação das relações de vizinhança e de proximidade.
SOLIDÃO ARRASTA NOVE IDOSOS PARA A MORTE EM 12 HORAS
“Janeiro e Fevereiro levam o velho e o cordeiro", diz o adágio popular a admitir que aqueles meses são os mais ameaçadores para a vida dos idosos. Mas as nove mortes, sete homens e duas mulheres, que a PSP registou entre as 10.00 e as 22.00 de domingo apresentam características que violam a ordem natural da existência humana, destaca o DN. Uns morreram abandonados, outros em situação de solidão, outros provavelmente às mãos de gente criminosa e outros porque o desespero ditou o fim da linha. "Não, não é normal. São muitas mortes em poucas horas", disse ao DN a sub-comissária Carla Sofia, do gabinete de relações públicas do comando de Lisboa da PSP. A situação chamou a atenção dos agentes, sendo que nunca antes a carrinha de transportes de cadáveres da corporação tinha sido tão requisitada para levar tantos idosos ao Instituto de Medicina Legal de Lisboa.
PAREDES: IDOSOS COM BOTÃO DE EMERGÊNCIA
Para combater a solidão em que vivem muitos idosos do concelho, a Câmara de Paredes avançou com um sistema de tele-assistência que permite aos idosos pedir ajuda imediata através de um mecanismo ligado à rede telefónica fixa, durante 24 horas por dia, noticia o JN. A Autarquia contratou com duas empresas este tipo de serviço e começou a instalar pequenos equipamentos, ligados à rede pública de telefone fixo. Por 15 euros mensais que a Câmara paga às operadoras do serviço, os idosos recebem um telecomando que transportam consigo num fio pendurado ao pescoço. A qualquer hora do dia ou da noite, se o idoso se sentir mal, tiver necessidade de falar com alguém ou porque suspeite de estranhos em redor da residência, acciona um pequeno botão e poucos minutos depois a central responde. Do outro lado, uma voz amiga procura perceber o problema do idoso e acciona os meios necessários. No caso de assaltos, a GNR é avisada; se for apenas um problema de solidão, há uma equipa de psicólogos e assistentes sociais disponíveis. Cada equipamento custa 25 euros mensais e será integralmente suportado pela Câmara, que prevê apoiar cerca de 200 idosos.
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