sábado, 9 de janeiro de 2010

Newsletter Mundo Sénior 08 Janeiro 2010


Sexta-feira, 08 de Janeiro de 2010

PROCURA DAS CANTINAS SOCIAIS AUMENTOU MAIS DE 100% EM 2009
Mais de 100 por cento foi quanto aumentou a procura nas cantinas sociais das Misericórdias em 2009, informou o reeleito presidente da União das Misericórdias Portuguesas, referindo que os pedidos de ajuda chegam de cada vez mais partes do país. “O Norte é uma zona sensível, assim como é a península de Setúbal e a Grande Lisboa, mas infelizmente há uma mancha que se alastrou e tornou-se mais global, como os próprios números de desemprego mostram”, apontou à Lusa/SIC o presidente da União das Misericórdias Portuguesas (UMP). Manuel Lemos sublinhou que “vivemos tempos muito difíceis. Temos mais pobres, mais idosos em situação precária e mais jovens sem projectos de vida. Os próximos três anos vão ser de muito trabalho”. O secretário de Estado da Segurança Social, Pedro Marques, reforçou o apoio do Governo às Misericórdias, referindo que são um parceiro muito importante na resposta à situação social actual.

HÁ IDOSOS INSCRITOS EM MAIS DO QUE UM LAR
Ninguém sabe ao certo quantos idosos aguardam por uma vaga nos lares do Estado. A notícia de 15 mil em lista de espera não convence o secretário de Estado da Segurança Social, noticia a RR. Pedro Marques diz que a contabilidade exacta é difícil de fazer, porque as famílias inscrevem os idosos em várias instituições ao mesmo tempo. “Independentemente de serem 15 mil ou menos, como estou convencido que são, há uma necessidade social, que é o apoio aos idosos e foi por isso que foi lançado o programa PARES e depois o programa do Potencial Humano”, afirma. “Estes dois programas aprovaram equipamentos para apoiar 20 mil idosos no nosso país. Já há 130 equipamentos concluídos – nem todos são para idosos mas uma boa parte deles é – e há mais de 300 equipamentos já em obra”, explica Pedro Marques. Os dois programas referidos resultam de uma parceria com o sector social e de um investimento de 650 milhões de euros nos últimos anos.

AMEAÇA DE CADEIA PARA DONA DE LAR EM CANTANHEDE
A dona do lar de idosos que a GNR encerrou quarta-feira, em Cantanhede, pode vir a cumprir até cinco anos de prisão por abandono de seis utentes e pagar multa até dez mil euros devido ao exercício, já reincidente, de actividade não licenciada pela Segurança Social, noticia o JN. “O que encontrámos ontem [anteontem] no apartamento, na povoação de Arrôtas, freguesia da Pocariça (Cantanhede), foi um cenário deplorável e triste que já não seria de esperar nos dias de hoje. Muito menos tendo como responsável a mesma pessoa a quem fechámos, em tempos, um outro lar igualmente ilegal em Amoreira da Gândara (Anadia) e um outro na Mamarrosa (Oliveira do Bairro). Pelos vistos, a senhora não aprendeu a lição. Pode ser que seja desta, para bem de todos”, desabafou ontem, ao JN, uma fonte da Segurança Social, lamentando aquilo a que chamou de "aproveitamento das fragilidades humanas". Segundo fonte policial, a GNR foi chamada a intervir, de madrugada, após uns vizinhos do lar terem ouvido gritos de uma idosa a pedir socorro. As seis utentes, todas com mais de 70 anos e uma delas acamada, estariam, como seria costume, entregues a si próprias. Uma delas, a que se vez ouvir na vizinhança, estaria desorientada face ao intenso calor libertado por um aquecedor. A GNR e a Segurança Social já entregaram relatórios ao Ministério Público (MP), cabendo agora a este formalizar eventual queixa-crime contra a dona do lar, uma mulher de 33 anos, residente na freguesia de Covões, Cantanhede. Para justificar a denúncia, Edmundo Martinho, presidente do Instituto da Segurança Social, lembrou que “as idosas estavam sem cuidados de higiene, médicos e de enfermagem”.

DESTAQUES DA SEMANA
COMPLEMENTO SOLIDÁRIO PARA IDOSOS SOBE PARA 418,5 EUROS
A prestação de apoio aos idosos vai aumentar 1,25% este mês, segundo um diploma publicado em Diário da República. Com a actualização de 1,25%, o valor mensal do complemento solidário para idosos (CSI) sobe para 418,5 euros. Esta actualização corresponde ao valor de aumento definido pelo Governo para 2010 para as pensões da segurança social de valor igual ou inferior a 628,83 euros, refere o Diário Económico. O CSI foi criado em 2005 com o objectivo de garantir à população mais idosa um nível de rendimento que lhe permita sair de uma situação de pobreza extrema. Podem recorrer a este apoio pessoas com mais de 65 anos e com rendimentos inferiores a 4.960 euros por ano (413 euros mensais). De acordo com os dados do Ministério do Trabalho (actualizados até 13 de Novembro), desde a sua criação, já beneficiaram do CSI mais de 236 mil idosos.


QUINZE MIL À ESPERA DE ENCONTRAR LUGAR NUM LAR
Há milhares de idosos que vivem sozinhos, sem protecção da família nem cuidados básicos, e nem sequer estão sinalizados pela rede social, não beneficiando de qualquer apoio. Mas para os que procuram lugar num lar, o Estado também não tem resposta. "Estima-se que haja 15 mil pessoas em lista de espera", adianta ao DN Lino Maia, presidente da Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade (IPSS). Para acolhimentos temporários, as solicitações das famílias são cada vez maiores, nomeadamente em tempo de férias. Mas para estes casos não há sequer hipótese, diz Lino Maia, pois a maioria das IPSS não disponibilizam este serviço. A resposta pode ser apenas encontrada nos privados, e não sai barata, pois a maioria não precisa só de alojamento, mas de cuidados de saúde específicos. O abandono nas alturas festivas resulta por isso, muitas vezes, na morte dos mais frágeis. O delegado regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo, António Tavares, confirma que há sempre um elevado número de mortes de idosos nesta época. O problema é um misto de vários factores: solidão, falta de cuidados básicos de alimentação e de enfermagem, dificuldades de locomoção ou de visão. Os casos de saúde mental também são cada vez mais preocupantes, diz Eugénio Fonseca, presidente da Cáritas. Para doentes com Alzheimer ou Parkinson não há quase resposta na rede pública. O número de idosos apoiados pelos serviços sociais tem vindo a crescer, seja através da rede de cuidados continuados, dos lares ou do apoio domiciliário. "Mas ainda não temos uma política de apoio à família", lamenta, acrescentando que a solução tem de passar pela recuperação das relações de vizinhança e de proximidade.

ALZHEIMER: 72 MIL FAMÍLIAS REFÉNS DA DOENÇA
Mais de 80% dos 90 mil doentes com Alzheimer em Portugal estão em casa, entregues à família e sem cuidados especializados, avança o Diário de Notícias. Uma sobrecarga que quem tem de cuidar deles suporta com enormes dificuldades económicas, psicológicas e operacionais. Muitos cônjuges e filhos destas 72 mil famílias são obrigados a deixar o emprego para lhes prestar apoio permanente, pois o Estado não possui equipas de apoio domiciliário nem centros especializados. Mesmo quando a resposta passa por um lar normal, a lista de utentes em espera pode chegar aos 15 mil, como afirmou ao DN a Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade (CNIS). As denúncias são feitas pela associação Alzheimer Portugal que dá voz às dificuldades expressas pelos familiares dos doentes: medicamentos caros e não gratuitos - porque esta não é considerada doença crónica -, falta de médicos especialistas nos hospitais que acompanhem e prescrevam medicação, e falta de direitos laborais que permitam cuidar dos doentes. "A maioria dos doentes está em casa, mas não há equipas domiciliárias que lhes preste cuidados diferenciados. Cai tudo em cima da família e esta não está a ser apoiada como devia", reconhece Inês Guerreiro, presidente da rede nacional de cuidados continuados integrados. A prioridade, acrescenta, são os centros de dia especializados. O futuro será ainda mais grave, pois se hoje há 90 mil doentes, daqui a dez anos, poderá haver 120 mil.

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