quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Newsletter Mundo Sénior 17 Fevereiro 10

MORTES PROVOCADAS PELO FRIO AINDA SEM CONTAGEM
Em Portugal há mais pessoas a morrer durante o Inverno do que nos meses de calor, mas não se sabe quantas pessoas morrem em consequência directa do frio, devido à falta de estudos sobre este tema, ao contrário do que acontece com as ondas de calor. No entanto, está a ser equacionada a adopção de um plano de contingência para o frio, idêntico ao existente desde 2004 para o calor. Contudo, este só deverá produzir resultados mais exactos daqui a uns anos. A justificação para a carência de estudos é a de que no País há mais tempo quente, sendo o fenómeno de vagas de frio raro e de pouca duração. Paulo Diegues, chefe da Divisão de Saúde Ambiental da Direcção-Geral da Saúde (DGS), alertou para o facto de se verificarem mais mortes em época de frio, mas salientou que "há muitos factores que confundem as razões da mortalidade, como a gripe ou doenças crónicas". Porém, Paulo Diegues confirmou ao DN que já foi encomendado o primeiro estudo sobre o impacte das vagas de frio e que poderá ser implementado um plano de contingência. "Actualmente, só existe para o tempo quente e que demorou uns sete anos até estar afinado. É um plano que engloba entidades como a Protecção Civil e, a nível local, as câmaras municipais.

CNIS: SOLIDÃO NÃO SE RESOLVE SÓ COM APOIOS DO GOVERNO
O presidente da Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade (CNIS) defende que a solidão na velhice não se resolve apenas com apoios do Governo e sublinha a necessidade de as comunidades serem mais solidárias com os idosos. “Não pode ser só o Governo. A sociedade em geral tem que estar atenta à situação dos seus idosos e particularmente as famílias tem de ser mais solidárias com os seus membros”, afirmou Lino Maia, quando questionado sobre a agência Lusa a propósito da evolução das respostas disponíveis para atacar problemas como a solidão nos idosos. Em 2007, um estudo coordenado pela CNIS analisou 900 freguesias quanto ao apoio social e concluiu pela necessidade de uma reforma no sistema de serviço social.

BEIRA INTERIOR: CASTELO BRANCO É O CONCELHO COM MAIS RESPOSTAS SOCIAIS
O concelho de Castelo Branco é o que mais respostas sociais oferece na Beira Interior a jovens e idosos, segundo um relatório do Observatório para o Desenvolvimento Económico e Social (ODES) a que a agência Lusa teve acesso. O documento do ODES, estrutura sedeada na Universidade da Beira Interior, na Covilhã, é baseado na última Carta Social do Ministério do Emprego e Segurança Social, relativa a 2008. "Embora em vários itens Castelo Branco fique em primeiro, há outros em que a Covilhã se evidencia nos lugares de topo, por exemplo ao nível dos lares de terceira idade", disse à agência Lusa o coordenador do ODES, Pires Manso. Sabugal, Fundão e Guarda são outros concelhos em destaque. "A Carta Social é um documento importante, particularmente para alguns concelhos que têm problemas graves de desertificação e de envelhecimento da população", justificou. Segundo o investigador, "é importante saber quais são as respostas dadas pela sociedade para o combate a este tipo de problemas de natureza social". Castelo Branco lidera três dos seis itens em análise na Beira Interior. É o concelho com mais lugares em creches (880 lugares), mais vagas em centros de actividades ocupacionais (125) e tem ainda o maior número de vagas em lares residenciais entre os concelhos da Beira Interior, com um total de 113. Ainda no que respeita às respostas aos idosos, o Fundão é o concelho que tem o maior número de lugares em centros de dia, com 846 vagas, enquanto em termos de Lares de Idosos o Sabugal destaca-se com 744 lugares. Nos serviços de apoio domiciliário, o concelho da Guarda tem o maior número de lugares: 869.

MORA: AUTARQUIA SUBSIDIA MEDICAMENTOS A IDOSOS CARENCIADOS
O preço dos medicamentos deixa os mais pobres a fazer contas, o que levou autarquia alentejana a comparticipar em 50% as despesas de idosos com pensões inferiores a 325 euros, noticia o DN. Em 2009, o Gabinete de Apoio Social da Câmara Municipal de Mora apoiou 1170 idosos na aquisição de remédios, o que representa uma despesa de 114 093 euros. Nos serviços financeiros da autarquia deram entrada só no ano passado 22 737 facturas relativas a despesas nas farmácias. Todos os portadores do cartão do idoso beneficiam de uma ajuda de 50% no custo dos medicamentos comparticipados pelo Serviço Nacional de Saúde, o que ajuda a aliviar os encargos dos mais desfavorecidos. Em declarações ao DN, o presidente da autarquia, Luís Simão, reconhece que, apesar deste auxílio, "alguns idosos, cujas pensões continuam a ser muito baixas, não têm possibilidades" financeiras para chegar à farmácia e aviar a totalidade da receita prescrita pelo médico. Daí o presidente da Câmara Municipal de Mora defender a necessidade de uma "maior atenção por parte do Estado".

TOME NOTA

UM EM CADA QUATRO IDOSOS FOI VÍTIMA DE VIOLÊNCIA EM 2009
Estudo europeu revela que mais de um quarto da população portuguesa com mais de 60 anos foi vítima de um acto de violência física, psicológica, sexual ou financeira, ao longo do último ano. O estudo analisou, pela primeira vez, o fenómeno da violência na terceira idade, e concluiu ainda que quatro em cada dez idosos portugueses foram alvo de maus tratos, nalgum momento durante a vida, noticiou a TSF.

40% DOS IDOSOS PORTUGUESES CONVIVEM COM MAUS TRATOS
Em Portugal, o estudo foi coordenado pelo investigador Henrique Barros, da Faculdade de Medicina do Porto, que revelou que a violência faz parte da vida de muitos idosos no nosso país, verificando-se em cerca de 40 por cento das pessoas que estão na terceira idade.

VIOLÊNCIA TAMBÉM ATINGE HOMENS
Os maus tratos psicológicos são os mais frequentes, sendo o agressor considerado íntimo da vítima. A violência atinge sobretudo as mulheres, mas o número de vítimas masculinas surpreendeu os investigadores: 15 por cento são homens e 25 por cento são mulheres. O estudo europeu incidiu ainda nas doenças associadas à violência que, muitas vezes, passam despercebidas, como é o caso das depressões ou das perturbações no sono e no sistema digestivo.

PORTUGAL DESTACA-SE PELA NEGATIVA NO SUL DA EUROPA
Para além de Portugal, o estudo passou pela Suécia, Lituânia, Alemanha, Grécia, Itália e Espanha. Dos sete países estudados, Portugal não apresenta os piores resultados, mas destacou-se pela negativa entre as nações do sul da Europa. Esta foi a primeira vez que a violência foi estudada na Europa com o mesmo método e o mesmo tipo de amostra – a população em geral, e não grupos sociais frágeis – tendo sido realizados cerca de 700 inquéritos em Portugal.

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