quinta-feira, 4 de março de 2010

Mundo Sénior 03 Março 2010



'MAGALHÃES' DOS MAIS VELHOS COMEÇOU A SER DISTRIBUÍDO

Com teclado mais espaçado, ecrã de 15 polegadas e maioria dos programas instalados. É assim o Sénior Virtual, computador concebido para utilizadores de terceira idade inscritos nas universidades seniores portuguesas e cujos primeiros 15 exemplares foram distribuídos sábado em Oliveira de Azeméis, noticia o DN. Para já o portátil só está disponível para estudantes seniores universitários. Mas o objectivo é ampliar a distribuição a todos com mais de 55 anos. "Era uma necessidade que sentíamos, pois as universidades pediam portáteis para os alunos seniores", diz Luís Jacob, presidente da Rede de Universidades da Terceira Idade (Rutis), parceiro do projecto. "Ainda tentámos associar-nos ao Magalhães, mas não obtivemos resposta", frisa. Os responsáveis da Rutis entraram então em contacto com a Microsoft Portugal e lançaram um trabalho para perceber as necessidades dos utilizadores mais velhos. "O que pediam era teclas mais espaçadas, programas já instalados e o mínimo de periféricos possível, para não terem de instalar." O portátil terá ainda o guia sénior, um curso de e-learning para quem não sabe trabalhar com computadores e "uma demo para invisuais ou pessoas com visão reduzida", diz o presidente da Rutis. Segundo Luís Jacob, o computador custa 500 euros sem modem interno e 600 euros com modem. "Já temos 200 encomendas sem ter feito grande publicidade", diz o presidente da Rutis, adiantando que a associação "vai agora divulgar o computador nas universidades seniores". O projecto tem um investimento de 25 mil euros dividido pelos parceiros.

BARCELOS: LARES DE IDOSOS VÃO DUPLICAR NOS PRÓXIMOS DOIS ANOS

Nos próximos dois anos, “as respostas sociais em termos de lares de idosos vão crescer mais de 100 por cento” no concelho de Barcelos, garantiu ontem a directora do Centro Distrital de Braga do Instituto de Segurança Social, à margem da primeira reunião de trabalho da Rede Social de Barcelos, onde estiveram em destaque ‘As Políticas Sociais e de Saúde para a 3.ª Idade’. Segundo o Correio do Minho, o aumento, em mais do dobro, das respostas sociais no concelho está relacionado com as obras previstas no âmbito do Programa de Alargamento da Rede de Equipamentos Sociais (PARES) e do Programa Operacional do Potencial Humano (POPH). A vereadora da Acção Social e Saúde Pública da autarquia destacou os novos desafios que o aumento da esperança média de vida tem trazido aos municípios. Tendo como meta “melhorar o apoio à população idosa do concelho”, Ana Maria Silva explicou que “é necessário dinamizar o trabalho da rede social”, sendo este “o início de uma caminhada que se pretende venha a edificar a estrutura da rede”. Assegurando que Barcelos “vai dispor de mais lares”, Ana Maria Silva realçou a importância do “diagnóstico e avaliação dos casos existentes para minimizar os efeitos da pobreza”.

MUDANÇA NAS COMPARTICIPAÇÕES PARA APOSTAR NOS GENÉRICOS

O secretário de Estado da Saúde anunciou ontem que o Governo tenciona tornar público esta semana o novo regime de comparticipação dos medicamentos, que irá corrigir algumas distorções existentes e reforçar a promoção dos genéricos, refere o DN. "Temos o diploma em fase de conclusão. Tem de ir à reunião dos secretários de Estado e depois à do Conselho de Ministros, mas penso que ainda esta semana estaremos em condições de tornar público esse novo quadro geral das comparticipações", adiantou Óscar Gaspar. O anúncio do novo sistema de comparticipação foi feito no mesmo dia em que foi conhecido um estudo do Instituto Nacional Ricardo Jorge (INSA), segundo o qual parte substancial dos médicos não tem em atenção o facto de o doente ter ou não capacidade para adquirir os medicamentos. A maioria dos inquiridos para o estudo (67%) disse que bastaria qualquer poupança até dez euros para pedir ao médico a troca do medicamento de marca por um genérico. E segundo a esmagadora maioria (92,5 por cento), a disponibilidade económica para a compra dos medicamentos prescritos nunca foi questionada no acto médico.
.

TOME NOTA
DEPENDÊNCIA: APOIOS INSUFICIENTES PARA GARANTIR TAREFAS BÁSICAS

Complementos reduzidos e baixas pensões dificultam o acesso aos serviços que garantem as tarefas básicas da vida a um idoso em situação de dependência. A ausência de uma lei integrada que reúna todos os direitos desta população é outra das lacunas existentes, num país onde o processo de envelhecimento avança a passos largos. Especialistas defendem a criação de uma alternativa privada para compensar as carências da segurança social.

260 MIL IDOSOS DEPENDENTES

Não existem dados oficiais recentes sobre quantas pessoas, em Portugal, se encontram na situação de dependência. Contudo, um estudo realizado pela Associação Portuguesa de Seguradores refere que existem cerca de 260 mil idosos dependentes. Devido à impossibilidade de praticarem, com autonomia, os actos indispensáveis à satisfação das necessidades básicas da vida, estas pessoas dependem de serviços, profissionais ou familiares para sobreviverem com dignidade.

COMPLEMENTO POR DEPENDÊNCIA SÓ CHEGAVA A 167 MIL EM 2007

Foi com o objectivo de apoiar estes doentes que o Estado criou, em 2000, o Complemento por Dependência, uma prestação pecuniária destinada aos pensionistas de invalidez, velhice, sobrevivência e orfandade dos regimes da segurança social. Em Junho de 2007 (últimos dados oficiais compilados pela Segurança Social), apenas 167.270 pessoas beneficiavam deste apoio.

VALORES VARIAM ENTRE OS 85,28 E OS 170,58 EUROS

Para este ano, de acordo com a Segurança Social, os valores atribuídos aos dependentes de 1º Grau – pessoas que não consigam praticar actos relativos a alimentação, locomoção ou de higiene pessoal – situam-se entre os 97,44 e os 85,28 euros, consoante pertençam ao regime contributivo ou não contributivo. Os casos mais severos, de pensionistas que se encontrem acamados ou apresentem quadros de demência grave (dependentes de 2º Grau) beneficiam de valores que oscilam entre os 170,58 e os 161,09 euros. Valores insuficientes para cobrir despesas relacionadas com a prestação de serviços no âmbito da dependência.

ENVELHECIMENTO DA POPULAÇÃO AGRAVA SITUAÇÃO

Projecções do Instituto Nacional de Estatística revelam que o número de idosos com mais de 65 anos atingirá os 2,95 milhões em 2050, mais um milhão do que em 2005 (1,78 milhão) e 2006 (1,82 milhão). Ainda de acordo com este organismo, em 2046 haverá 238 idosos por cada 100 jovens, o dobro dos valores actuais (115 para 100), e a proporção de população jovem reduzir-se-á 13% com a população idosa aumentará dos actuais 17,6% para 31%.

SEGUROS DE DEPENDÊNCIA PODEM SER SOLUÇÃO

Em média, os portugueses vivem hoje mais 19 anos do que há 60 anos e a tendência é para que continuem a viver cada vez mais tempo. Mas o sistema público não está preparado para responder a estes custos do prolongamento da esperança de vida. Por esta razão, e porque os custos com a dependência são incontornáveis, torna-se imprescindível tomar medidas alternativas de poupança, para garantir um complemento à pensão da Segurança Social. Face às experiências internacionais, a Associação Portuguesa de Seguradores (APS) defende a introdução, em Portugal, de um novo tipo de produto financeiro: os seguros de dependência. Esta é uma realidade existente há várias décadas em países como os Estados Unidos, Reino Unido e França, sendo este último um caso de considerável interesse. Embora se trate de um país com forte tradição de apoio social, a percepção pública da impossibilidade de financiamento exclusivamente público do apoio na dependência levou, segundo a APS, ao desenvolvimento do maior mercado de seguros de dependência.

Nota: Este tema encontra-se mais desenvolvido na edição de Março do jornal digital Mundo Sénior, disponível em
http://www.mundosenior.pt/index.php/jornal-mundo-senior

Sem comentários:

Enviar um comentário