sexta-feira, 5 de março de 2010

Mundo Sénior - 05 Março 2010

SIDA: NÚMERO DE IDOSOS INFECTADOS ESTÁ A AUMENTAR



A presidente da Liga Portuguesa contra a Sida alerta que há uma negação da doença na sociedade portuguesa, onde o número de mulheres e idosos infectados está a aumentar, e destaca a importância de lutar por uma mudança de mentalidades, noticia a Lusa/TVI24. Hoje é inaugurada a exposição “20 contra a Sida”, que assinala o trabalho das últimas duas décadas da Liga. Um trabalho árduo, referiu Maria Eugénia Saraiva, uma vez que, com base nos dados do Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge, estão notificados 36 mil casos de infecção com o HIV, mas “estima-se que seja o dobro” o número de seropositivos, uma vez que os “doente só sabem se estão infectados quando vão fazer o teste”. Se há 20 anos, quando a Liga apareceu, a Sida estava directamente ligada aos homossexuais e aos toxicodependentes, hoje é cada vez mais “democrática”, porque “afecta tudo e todos”, embora esteja a aumentar entre as mulheres e os mais idosos. Em relação à população mais velha, Maria Eugénia Saraiva diz que há duas razões que podem explicar essa evolução: o aperfeiçoamento dos medicamentos antirretrovirais e a “mentalidade” desta faixa etária. “As pessoas dizem que isto só acontece aos mais novos, que o uso do preservativo é para os mais novos e aí as pessoas descuidam-se e sujeitam-se a comportamentos de risco”, explicou.



VINTE MIL PEDIDOS DE REFORMA ANTECIPADA SÓ EM FEVEREIRO



Só em Fevereiro poderão ter entrado na Caixa Geral de Aposentações (CGA) 20 mil pedidos de reforma, muitos dos quais com penalização, noticia o JN. A questão das reformas foi um dos motivos que estiveram na origem da greve de ontem da Função Pública. A antecipação já para este ano de algumas regras de convergência na aposentação da CGA com a Segurança Social estará a provocar uma verdadeira "corrida" às reformas entre os funcionários públicos. Em declarações ao JN, o líder da CGTP, Carvalho da Silva, referiu que os contactos e estimativas de vários sindicatos apontam para que o número de pedidos tenha superado os 20 mil. E muitos, assegura Carvalho da Silva, são de funcionários que ainda não têm a idade legal para a reforma, pelo que acabarão por se aposentar com penalização. O JN tentou saber quantos pedidos de reforma antecipada deram já entrada na CGA em Fevereiro, mas fonte oficial do Ministério das Finanças referiu que os dados relativos ao mês passado ainda não se encontram fechados, estando apenas disponíveis os números de Janeiro, que dão conta de um total de 1617 pedidos de reforma (contra 1939 registados em Janeiro de 2009). Como o Orçamento de Estado (OE) foi conhecido no final de Janeiro, nesse mês não se sentiram os efeitos das alterações nele previstas em matéria de aposentação (com agravamento das penalizações), ao contrário do que terá sucedido em Fevereiro e deverá verificar-se em Março, aproveitando o facto de as mudanças não estarem ainda em vigor.



PENSIONISTAS SÓ TERÃO CINCO REMÉDIOS GRÁTIS POR ÁREA



Os pensionistas vão passar a ter só cinco medicamentos apoiados a 100%, quando antes a comparticipação abrangia todos os genéricos. A medida, que integra um novo pacote anunciado ontem em conselho de ministros, visa manter o acesso gratuito a pessoas carenciadas, mas só será possível com a ajuda dos médicos, diz a tutela. Pedro Nunes, bastonário da Ordem dos Médicos lembra que, para isso, "é necessário que as farmácias tenham sempre esses medicamentos em stock". Fonte do Ministério afirmou ao DN que a medida "abrange os 1 377 840 pensionistas do regime especial e vai permitir uma poupança de 30 milhões de euros", evitando gastos em medicamentos mais caros e que são iguais. Por isso, até à entrada em vigor a 1 de Julho, será lançada uma campanha de sensibilização aos médicos. Pedro Nunes diz que os médicos "não precisam que lhes lembrem que devem passar os remédios mais baratos". Quanto a estas medidas, e perante a existência em muitos casos de centenas de genéricos diferentes para uma mesma substância activa, "é preciso que o ministério obrigue todas as farmácias a comprá-los". De outra forma, um doente terá de suportar o custo do remédio na totalidade ou regressar à unidade de saúde e pedir nova receita.



DESTAQUES DA SEMANA



DEPENDÊNCIA: APOIOS SÃO INSUFICIENTES PARA GARANTIR SERVIÇOS BÁSICOS



Complementos reduzidos e baixas pensões dificultam o acesso aos serviços que garantem as tarefas básicas da vida a um idoso em situação de dependência. A ausência de uma lei integrada que reúna todos os direitos desta população é outra das lacunas existentes, num país onde o processo de envelhecimento avança a passos largos. Especialistas defendem a criação de uma alternativa privada para compensar as carências da segurança social. Não existem dados oficiais recentes sobre quantas pessoas, em Portugal, se encontram nesta situação. Contudo, um estudo realizado pela Associação Portuguesa de Seguradores refere que existem cerca de 260 mil idosos dependentes. Devido à impossibilidade de praticarem, com autonomia, os actos indispensáveis à satisfação das necessidades básicas da vida, estas pessoas dependem de serviços, profissionais ou familiares para sobreviverem com dignidade. Foi com o objectivo de apoiar estes doentes que o Estado criou, em 2000, o Complemento por Dependência, uma prestação pecuniária destinada aos pensionistas de invalidez, velhice, sobrevivência e orfandade dos regimes da segurança social. Em Junho de 2007 (últimos dados oficiais compilados pela Segurança Social), apenas 167.270 pessoas beneficiavam deste apoio. De acordo com a Segurança Social, para este ano, os valores atribuídos aos dependentes de 1º Grau – pessoas que não consigam praticar actos relativos a alimentação, locomoção ou de higiene pessoal – situam-se entre os 97,44 e os 85,28 euros, consoante pertençam ao regime contributivo ou não contributivo. Os casos mais severos, de pensionistas que se encontrem acamados ou apresentem quadros de demência grave (dependentes de 2º Grau) beneficiam de valores que oscilam entre os 170,58 e os 161,09 euros. Valores insuficientes para cobrir despesas relacionadas com a prestação de serviços no âmbito da dependência. Esta temática está desenvolvida no segundo número do jornal Mundo Sénior, já disponível em http://www.mundosenior.pt/index.php/jornal-mundo-senior.



MÉDICOS NÃO PERGUNTAM AOS DOENTES SE TÊM DINHEIRO PARA MEDICAMENTOS



Quase dez por cento dos portugueses admitem dificuldades em comprar fármacos por limitações financeiras, conclui estudo do Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (INSA), divulgado pelo Público. A grande maioria dos médicos (92,5 por cento) não pergunta aos doentes se têm dificuldades em comprar os medicamentos que lhes prescrevem, refere ainda este estudo sobre o consumo de genéricos. Foram 8,4 por cento os que responderam não poder comprar medicamentos prescritos por não ter dinheiro suficiente. Os doentes que se sentem mais limitados na aquisição de fármacos são os mais idosos, os menos instruídos, os sem ocupação e os doentes crónicos. É no Alentejo e no Algarve que há mais pessoas a admitir dificuldades e é no Norte e no Alentejo que há mais clínicos a querer saber de eventuais problemas financeiros dos doentes na compra dos fármacos, referem dados do estudo que inquiriu, em 2008, 752 residentes em Portugal Continental. Os autores do estudo ressalvam que apenas foram inquiridas pessoas com telefone fixo, ficando, portanto, de fora os que não estão nessa situação. A esmagadora maioria das pessoas diz saber o que é um genérico (95 por cento) e 78 por cento referiu já ter sido medicada com este tipo de fármaco, que se define por ter a mesma substância activa, dosagem e indicação que o remédio de marca seu equivalente - algo que aconteceu, sobretudo, por iniciativa do médico (77,7 por cento). Segundo o estudo, os genéricos são mais baratos 35 por cento (em alguns casos, 20 por cento) do que os medicamentos de marca.

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