sexta-feira, 26 de março de 2010

Mundo Sénior 26 Março 2010

REFORMAS ANTECIPADAS: UM MILHÃO PODE FICAR SEM MÉDICO

Desde Janeiro já pediram reforma antecipada 600 médicos. Destes, 400 são médicos de família, noticia o CM. Esta saída de clínicos do Serviço Nacional de Saúde faz com que mais de um milhão de utentes fiquem sem médico de família. Os profissionais alertam que os serviços vão entrar em ruptura. Rui Nogueira, da Associação Portuguesa dos Médicos de Clínica Geral, não duvida de que o número de portugueses sem médico de família vai aumentar. “A saída para a reforma de 400 médicos de família significa que 600 mil portugueses ficam sem médico, a que se juntam os 400 mil que não têm médico” de família. Um dos locais onde já se sente carência de médicos de família é no Centro de Saúde do Bombarral, onde seis dos oito profissionais já saíram. Mas há mais casos. Rui Nogueira aponta Lisboa e Vale do Tejo, Setúbal, Santarém, Por to, Braga e Faro como as regiões mais carenciadas. Um dos incentivos que a tutela pode dar para os médicos não irem para a reforma é não aplicar a penalização da reforma, aumentar a remuneração mensal e o prémio de 120 euros relativo à capitação de doentes, um valor que não é actualizado há dez anos. “Se triplicarem este valor, que pode rondar os 400 euros por mês, os médicos poderão continuar a trabalhar no SNS e ter mais utentes na sua lista”, admite o responsável da APMG. Para Carlos Santos, dirigente do Sindicato Independente dos Médicos, estes aumentos não bastam. “Os médicos não vão aceitar os 30 por cento de reforma que a tutela sugeriu para continuarem no SNS. Se a tutela pede o sacrifício de continuarem no SNS terá de pagar o que pagaria se fosse contratar profissionais no mercado, cerca de 3000 euros por mês, a somar à reforma.”A tutela afirmou que os médicos que suspendam a reforma terão garantidas as condições de quando el a for atribuída. Os contratos não poderão implicar acréscimo de custos.
JÁ ABRIU PRIMEIRO HOTEL PORTUGUÊS DEDICADO AO TURISMO SÉNIOR

Acaba de abrir um novo resort português para hóspedes entre os 45 e os 70 anos. Chama-se Longevity Wellness Resort e nasceu na serra de Monchique, noticia o i. Segundo o CEO do grupo, Nazir Sacoor, a ideia é combinar “a vertente turística com a vertente da medicina preventiva e de gestão do envelhecimento, articulando, num único espaço, uma oferta de bem-estar baseada em abordagens holísticas (terapias de relaxamento para a mente e para o corpo), estéticas (terapias de rejuvenescimento) e médicas (diagnóstico clínico, prescrição, nutrição)." Para este público sénior, foram delineados programas médicos, que podem durar entre uma semana e um mês. “Os hóspedes poderão escolher vários tipos de tratamentos sob a monitorização de médicos especialistas que, além de um diagnóstico metabólico completo, prescrevem terapias personalizadas à medida das necessidades de cada hóspede”, explica o responsável. Até 30 de Maio, uma estadia em suite para duas pessoas vai ter um preço promocional a partir de €50, com diagnóstico de bem-estar incluído. Todos os hóspedes têm livre acesso à sauna, ao banho turco, à piscina interior aquecida e ao ginásio.

PÓVOA DE LANHOSO: CENTRO SOCIAL PRONTO EM JULHO

Depois de uma paragem de cerca de dois meses, devido à falência da anterior empresa construtora, as obras de remodelação e ampliação das instalações do Centro Social de Serzedelo estão a avançar e, em Julho, a instituição dá por finalizadas as obras, que permitirão a criação de um lar de idosos e centro de dia, assim como a reformulação do serviço de apoio domiciliário. Esta remodelação permite dar resposta a 110 utentes (20 no Lar de Idosos, 30 no Centro de Dia e 60 no Serviço de Apoio Domiciliário). O projecto do Centro Social de Serzedelo está orçamentado em cerca de um milhão de euros, contando com financiamento de 666 mil euros, ao abrigo do Programa PARES. Para além do apoio do governo, o projecto conta com a comparticipação de 140 mil euros por parte da câmara povoense e de 50 mil euros da Junta de Freguesia de Serzedelo.< /span>

DESTAQUES DA SEMANA

PORTUGUESES ENTRE OS MAIS PESSIMISTAS EM RELAÇÃO A RENDIMENTOS NA 3ª IDADE

Os portugueses e os italianos estão entre os povos mais preocupados com o seu futuro na terceira idade no âmbito da União Europeia a 27, apresentando o maior nível de preocupação quanto à existência de rendimentos futuros que lhes permitam ter uma vida digna nessa altura da sua vida, revelam os últimos indicadores do Eurobarómetro sobre o impacto social da crise económica, agora divulgados. Mas a preocupação não existe apenas nestes países, refere o Público. Em 13 países analisados cerca de metade dos cidadãos têm expectativas negativas quanto à existência de rendimentos que lhes garantam boas condições de vida quando forem mais velhos: 51 por cento na Eslováquia e 64 por cento na Letónia. Já em Itália e Portugal a percentagem dos mais preocupados é bastante maior, de 71 por cento e 66 por cento, respectivamente. Os inquéritos foram feitos em Dezembro do ano passado. Como padrão identificável há mais pessimismo no Leste e Sul da Europa e mais optimismo a Norte. Com níveis altos de segurança quanto ao seu futuro estão, primeiro, os dinamarqueses, depois os suecos, holandeses, luxemburgueses, austríacos e finlandeses. Questionados sobre se a sua situação económica lhes permitiria lidar com despesas imprevistas de mil euros nos 12 meses seguintes, os portugueses e letões são os que mais disseram que iriam ter grandes dificuldades em lidar com esse problema: 84 por cento no caso dos nacionais e 92 por cento nos nacionais da Letónia. No que diz respeito à percepção sobre o grau de pobreza no respectivo país, nove em cada vez portugueses, lituanos e franceses responderam que a situação tinha piorado no último ano, sendo que os letões são ainda mais pessimistas, com a quase totalidade dos inquiridos (95 por cento) a terem esta opinião. Mas comparando com os dados de Julho do ano passado , face à mesma pergunta, o grau de pessimismo dos portugueses manteve-se estável. Mesmo quando a avaliação vai além do nível nacional, a maioria – incluindo portugueses – pensam que não estão sozinhos e que as condições de vida pioraram em todo o espaço da União Europeia.

GOVERNO RECUA E DEIXA CAIR CONGELAMENTO DAS PENSÕES

O Governo recuou nas pensões, deixando cair o “congelamento nominal” descrito no Programa de Estabilidade e Crescimento (PEC). Agora, admite proceder a actualizações anuais das pensões mínimas de 900 mil reformados e dos 260 mil pensionistas dos regimes não contributivos, noticia o DN. Para mais de 1,5 milhões de reformados, dos quais 900 mil titulares de pensões mínimas, haverá, afinal, “actualizações” anuais. O mesmo sucede com os 260 mil pensionistas do regime agrícola e beneficiários de pensões sociais, que auferem entre os 189,5 euros e os 227,4 euros mensais. No PEC, duas “normas” proíbem a “mexida” nas prestações sociais de 2010 a 2013, incluindo o valor mínimo das pensões. A primeira define a fixação de um tecto para a despesa anual das prestações sociais, que engloba os 400 mil beneficiários do Rendimento Social de Inserção. A segunda restrição, inscrita no PEC, está no congelamento “das prestações não contributivas até 2013”. É que, no Programa, o Governo descreve que o Indexante de Apoios Sociais (IAS) - ao qual, por lei, estão atreladas as actualizações das pensões – “manterá o valor nominal até 2013”. Contudo, Teixeira dos Santos disse ontem no Parlamento que o Governo vai deixar cair o congelamento do IAS previsto no PEC e afirma-se disposto a actualizar todas as pensões durante os próximos anos.

ENVELHECIMENTO DA POPULAÇÃO BENEFICIA INDÚSTRIAS LIGADAS À SAÚDE

O envelhecimento da população vai ter, globalmente, efeitos negativos sobre a economia, apesar de beneficiar indústrias como a dos instrumentos médicos, medicamentos e serviços de saúde, conclui um estudo sobre os impactos económicos do envelhecimento, citado pela Lusa/RCM Pharma. Neste trabalho, os investigadores do Instituto Superior de Economia e Gestão (ISEG) Paula Albuquerque e com João Carlos Ferreira Lopes quantificam alguns destes efeitos sobre o consumo e a evolução da procura em 55 indústrias nacionais. “Globalmente, os efeitos do envelhecimento são prejudiciais à economia. O crescimento dos sectores que vão ser estimulados não compensa os que vão ser prejudicados”, declarou Paula Albuquerque. A estrutura do consumo vai modificar-se em consequência das alterações demográficas já que o peso da população com mais de 65 anos v ai aumentar, explicou a especialista. Os economistas analisaram os efeitos das alterações demográficas sobre 55 sectores de actividade e concluíram que as indústrias ligadas à saúde, como era expectável, vão ser mais procuradas. Entre os sectores que previsivelmente vão ser estimulados, destacam-se o de “instrumentos médicos, ópticos e de precisão e relógios”, em que se prevê que a procura aumente 31% em 2060, e o dos produtos químicos, associados aos medicamentos (24%). O estudo antecipa igualmente maior procura de actividades ligadas à construção (16%) e um aumento do consumo de água, luz e gás (12%), já que “as pessoas mais velhas estão mais tempo em casa”, justificou Paula Albuquerque. Também a indústria da pesca deverá crescer porque “a população idosa, tendencialmente, consome mais peixe do que os mais jovens”.

Sem comentários:

Enviar um comentário