quinta-feira, 6 de maio de 2010

Mundo Sénior 6 de Maio 2010

PETIÇÃO QUER COLOCAR CUIDADORES INFORMAIS NA AGENDA DOS DEPUTADOS

A Associação dos Cuidadores Informais da Pessoa Idosa (ACIPI) vai lançar uma petição com o objectivo de levar a discussão na Assembleia da República a problemática dos cuidadores informais em Portugal. Estas pessoas estão sujeitas a uma sobrecarga física e psíquica enorme, com repercussões importantes para a sua vida: além do absentismo a que obriga, a tarefa de cuidar de um idoso, muitas vezes dependente, tem um impacto muito grande na vida social do cuidador, que perde o papel social que tinha até aí. Estamos perante um quadro típico, violento e preocupante de uma profissão/ocupação exigente e desgastante que a sociedade está longe de compreender. Os cuidadores informais queixam-se frequentemente de cansaço, deterioração da saúde, depressão e falta de tempo para zelarem por si próprios, revelam dados estatísticos cruzados com uma s ondagem realizada por Mundo Sénior. A maioria dos cuidadores informais (61,8%) foi obrigada a reduzir significativamente o seu tempo de descanso, 38 por cento deixaram de gozar férias, 32,7 por cento afirmam estar cansados e 31,8 por cento perderam progressivamente contacto com os amigos. O cuidador informal “típico” é do sexo feminino, na casa dos cinquenta anos com grau de instrução baixo e um acentuado grau de desgaste físico e psicológico para o tipo de funções que executa. Tendo como base este cenário, a ACIPI pretende, com esta petição, que o assunto entre na agenda dos deputados da Assembleia da República e que seja debatido como um problema real e emergente, que afecta cada vez mais portugueses.
MÉDICOS QUE PEDIRAM REFORMA ANTECIPADA NÃO DEVERÃO VOLTAR ATRÁS

O vice-presidente do Conselho Regional do Sul da Ordem dos Médicos afirmou hoje que as centenas de médicos que pediram reforma antecipada não deverão recuar na decisão, o que irá comprometer o funcionamento dos serviços e a formação, escreve a Lusa/Público. “Apesar de a ministra [da Saúde] dizer que iria rever a situação e tentar que os médicos ficassem durante um determinado período de tempo, de forma a não causar problemas, a ideia e o feedback que nós temos é que os médicos que, de facto, enveredaram por essa via não estão interessados em voltar atrás”, disse João de Deus. Fonte oficial do Ministério da Saúde disse à Lusa que “são cerca de 500” os médicos que pediram a reforma antecipada. Os médicos que já entregaram o pedido de reforma antecipada e aguardam decisão podem, se isso for do interesse do Serviço Nacional de Saúde (SNS), congelar o pedido de reforma, usufruindo durante três anos das mesmas condições que teriam agora (penalização de 4,5 por cento). “Várias centenas de médicos, se não chegar mesmo ao milhar, vão pedir a aposentação. Devemos ter 18 a 20 mil médicos na função pública e, portanto, um número próximo dos mil é um número muito significativo em termos do SNS”, disse João de Deus. Para o responsável, “esta corrida põe em causa o funcionamento dos serviços e a formação médica, uma vez que as pessoas que têm mais experiência acabam por não dar formação aos mais novos, porque se vão embora”. Esta preocupação é partilhada pelo Conselho Nacional do Médico Interno (CNMI): “É uma situação que nos preocupa. Ainda não sentimos porque os médicos ainda não estão reformados, mas temos algum receio do futuro da formação dos clínicos”, disse a presidente desta entidade, Inês Rosendo.

GOVERNO ADMITE QUE NOVAS REGRAS DAS REFORMAS MOTIVARAM APOSENTAÇÕES

O Governo reconheceu hoje que a alteração das regras de antecipação das reformas foi um contributo para os 20 mil pedidos de aposentação registados nos primeiros meses de 2010. O Governo vai avançar, nos próximos tempos, com a contratação de funcionários públicos para compensar os cerca de 20 mil trabalhadores que pediram a reforma nos quatro primeiros meses de 2010. Em declarações à TSF, o secretário de Estado da Administração Pública, Gonçalo Castilho dos Santos admitiu hoje que a alteração das regras de antecipação das reformas fez disparar os pedidos de aposentação na Função Pública. “Este ano houve um conjunto muito mais significativo de pedidos do que no período homólogo porque houve uma opção política de aceleração da convergência das regras do privado e um conjunto de trabalhadores que entenderam que deviam pedir antecipadamente a sua reforma. Nem todos estes pedidos são de antecipação da reforma, mas actualmente esse é o fenómeno que explica a concentração nos primeiros meses do ano”, disse. Ao contrário do que dizem alguns sindicatos, o secretário de Estado da Administração Pública garantiu que estes pedidos de reforma não estão a afectar o funcionamento dos serviços. “Naturalmente que uma concentração tão significativa no início do ano obriga a que o Governo redefina um pouco a programação que tinham antecipado para o ano, mas não temos nenhuma preocupação de ruptura dos serviços como algumas forças sindicais e políticas gostam de indicar”, frisou. No entanto, Gonçalo Castilho explicou que para compensar estes 20 mil pedidos - quase tantos como os que foram feitos durante todo o ano passado - será necessário acelerar a contratação de funcionários públicos.

INSUFICIÊNCIA CARDÍACA É CAUSA MAIS COMUM DE HOSPITALIZAÇÃO ACIMA DOS 65

Falta de ar, cansaço inexplicado e inchaço dos membros inferiores são sintomas de que padece cerca de 1% da população mundial acima dos 65 anos devido a insuficiência cardíaca. Esta é a causa mais comum de hospitalização em doentes com mais de 65 anos. Segundo Victor Sanfins, cardiologista do Hospital de Guimarães, “um número elevado de doentes com insuficiência cardíaca avançada tem associados distúrbios da condução intra-ventricular. O tratamento destes doentes passa por optimizar a terapêutica farmacológica e por corrigir essas alterações. Para tal, hoje podemos recorrer a um procedimento cirúrgico a que chamamos Terapia de Ressincronização Cardíaca (TRC), que consiste na implantação de um dispositivo cardíaco semelhante a um pacemaker”. No entanto, o especialista adianta que “em Portugal, comparativamente com o resto da Eu ropa, o número de pacientes que beneficiam desta técnica é muito reduzido. Assim, e recorrendo a um estudo que realizámos recentemente em Portugal, verificámos que um número muito elevado de doentes com indicação para a terapia da ressincronização cardíaca não tem acesso a essa técnica, sendo esta dificuldade maior na região Norte quando comparada com a média nacional”. A insuficiência cardíaca não se caracteriza pela paragem de funcionamento do coração mas sim por uma incapacidade do coração bombear o sangue de acordo com as necessidades do organismo. Habitualmente é originada por doença coronária (com ou sem enfarte do miocárdio), hipertensão arterial, doença valvular ou uma arritmia cardíaca.

FALTAM UNIDADES ESPECIALIZADAS EM ALZHEIMER

Familiares sem alternativas de apoio a doentes com Alzheimer são, por vezes, obrigados a largar o emprego. As actuais respostas são desajustadas. Esta e outras notícias estão disponíveis na edição digital do Jornal Mundo Sénior.

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