segunda-feira, 7 de junho de 2010

Mundo Sénior 04 Junho 2010

MORTES POR CANCRO AUMENTARÃO 34% EM PORTUGAL ATÉ 2030

Em 2030, o cancro vai matar mais de 32 mil portugueses por ano - um aumento de 34,5% em relação aos 24 mil que morrem actualmente por causa desta doença. E todos os anos surgirão quase 56 mil novos casos, mais 12 mil do que agora, revela o DN. A estimativa é da Organização Mundial da Saúde (OMS), que alerta para o crescimento brutal da doença nas próximas duas décadas em todo mundo. Um aumento ao qual os serviços de saúde portugueses não estão preparados para responder, avisa o presidente do Colégio de Oncologia da Ordem dos Médicos, Jorge Espírito Santo. Segundo os peritos da Agência Internacional de Pesquisa sobre o Cancro, da OMS, no conjunto de todos os países, o número de doentes e de mortes vai mesmo duplicar. Na década de 2030 vão registar-se cerca de 13,2 milhões de vítimas mortais, contra os 7,6 milhões de 2008. A tendência deve-se sobretudo ao envelhecimento da população, explica Jorge Espírito Santo. Aliás, as estimativas da OMS baseiam-se nas projecções demográficas. E consideram que nos países em que a esperança de vida é maior e há mais idosos haverá mais casos de cancro. Em Portugal, o aumento do número de casos será de 12,7% na população abaixo dos 65 e de 40% nos mais velhos. “Até aos quarenta anos há muito poucos casos e depois dispara a partir dos 65”, lembra o oncologista. No entanto, o crescimento deve-se também a uma série de mudanças no estilo de vida, nomeadamente o consumo de tabaco ou o aumento da obesidade, acrescenta. Os cinco cancros mais frequentes no País são o colorrectal, da mama, da próstata, dos pulmões e do estômago.

ANTIDEPRESSIVOS AUMENTAM RISCO DE CATARATAS EM IDOSOS

Uma classe de antidepressivos, largamente prescrita, poderá estar associada a um maior risco de cataratas nos idosos. Esta maior probabilidade foi de 15%, segundo um relatório publicado na revista Ophthalmology. Para este estudo, liderado por Mahyar Etminan do Instituto de Investigação Vancouver Coastal Health, foi feita a comparação entre dados relativos a 19 mil pessoas, com mais de 65 anos, que se encontravam a ser tratadas com inibidores selectivos da recaptação da serotonina, e informações respeitantes a 190 mil indivíduos da mesma faixa etária sem diagnóstico de depressão. Três inibidores selectivos da recaptação da serotonina provaram contribuir fortemente para o risco de desenvolvimento de cataratas, verificaram os investigadores. São eles a fluvoxamina (39%), a venlafaxina (33%) e a paroxetina (23%). Este risco foi, no entanto, apena s associado ao corrente uso de antidepressivos e não a tratamentos realizados em outras fases da vida, acrescentam os autores. “A retina é composta por receptores de serotonina e estudos prévios, realizados em modelos animais, demonstraram que o excesso de serotonina torna a retina opaca e conduz à formação de cataratas”, explica o autor do estudo. Neste sentido, “se as nossas conclusões forem confirmadas por investigações futuras, os médicos deverão ter em consideração o risco de cataratas ao prescreverem inibidores selectivos da recaptação da serotonina a seniores”, conclui.

APAF: CRIMES CONTRA IDOSOS TÊM AUMENTADO

A Associação Portuguesa de Apoio à Vítima tem alertado que a violência contra idosos tem aumentado de forma significativa nos últimos anos, noticia o DN. De 2002 até ao ano passado houve um crescimento de 20,4% no total de idosos vítimas de crime, abrangendo um universo superior a 4000 vítimas. Muitas delas estão na faixa etária acima dos 65 anos, logo, mais vulneráveis. As mulheres são o género mais atingido nos crimes sobre idosos, em muitos casos vivendo sozinhas ou apenas com o cônjuge. Em 90% dos casos registados, os crimes foram praticados por pessoas do sexo masculino, com idades entre os 26 e os 55 anos.


DESTAQUES DA SEMANA

MULHERES PORTUGUESAS VIVEM MAIS SEIS ANOS DO QUE OS HOMENS

Dados do Instituto Nacional de Estatística concluem que a esperança média de vida está a aumentar e é, actualmente, de 75,80 anos para os homens e de 80,80 para as mulheres portuguesas, revela o JN. A Tábua Completa de Mortalidade para Portugal 2007-2009, do INE, estabelece os valores oficiais definitivos para a esperança média de vida dos portugueses. De acordo com os dados, entre os anos de 2007 e 2009, a esperança à nascença para os homens foi de 75,80 anos e de 81,80 anos para as mulheres. A esperança de vida à nascença calculada para ambos os sexos é de 78,88. No triénio anterior, entre os anos de 2006 e de 2008, eram de 75,49 para o sexo masculino, de 81,74 para o sexo feminino e de 78,70 para ambos. Os homens com 65 anos no período analisado têm uma esperança de vida de 16,36 anos, chegando aos 81 anos, e as mulheres de 19,67 anos, atà © aos 84. O valor é de 18,19 anos para ambos os sexos. Valores que também aumentaram face aos do triénio anterior, entre 2006 e 2008, e que indicavam, aos 65 anos, uma esperança de vida de 16,25 anos para os homens, 19,61 para as mulheres e 18,13 para os dois sexos.

MAIORIA DOS DOENTES MORRE SEM ACESSO A CUIDADOS PALIATIVOS

A maior parte das pessoas que necessitam de ser internadas em unidades de cuidados paliativos morrem antes de ter vaga, revela o DN. A denúncia é feita pela especialista do Centro Hospitalar de Lisboa Central, Alice Cardoso, que refere haver “uma lista de espera actual de três meses só na região de Lisboa”, a pior do País. A médica refere mesmo que “só 10% dos doentes referenciados chegam a ser internados”, percentagem que outros especialistas na área confirmaram ao DN. Emília Fradique, enfermeira especializada na área no Hospital de Santa Maria, diz que a espera tem rondado dois meses e meio a três meses e, por isso, o internamento só chega a cerca de 10% dos casos. “Os doentes não deviam ter qualquer espera para ter respostas nesta área. Não estamos a falar de uma cirurgia”, explica. Calcula-se que 200 mil portugueses precisem anua lmente de internamento em unidades. “Precisávamos de mil e tal camas para já, embora a procura vá aumentar”, diz Alice Cardoso. Em 2009, atingiu-se um total de 118 camas e foram recebidos 2018 dos 2198 doentes encaminhados. Isto significa que só 1% dos casos são internados. Os doentes estavam em fase avançada e 87% tinham cancro. Inês Guerreiro, coordenadora da Unidade de Missão dos Cuidados Continuados Integrados, refere que há 14 unidades de internamento na rede, três fora de hospitais. A responsável refere que o objectivo é haver uma unidade em quase todos os hospitais e reforçar equipas domiciliárias.

CHEQUES DENTISTA SEM SUCESSO ENTRE OS IDOSOS

O secretário de Estado adjunto e da Saúde, Manuel Pizarro, anunciou o reforço das verbas para os cuidados de saúde oral. A iniciativa dos “cheques dentista”, destacou Pizarro, tem sido um sucesso entre as crianças mas continua com um problema: apenas 10% dos 200 mil idosos beneficiários do complemento solidário beneficiaram do programa, refere o JN. O secretário de Estado afirmou querer “melhorar de forma radical” a saúde oral em Portugal, tendo anunciado dispor de 30,5 milhões de euros para conseguir pôr “Portugal a sorrir”. O programa abrangeu, nos últimos dois anos, 600 mil portugueses, através da entrega de 'cheques dentista', mas apenas 10% dos 200 mil idosos beneficiários do CSI usufruíram daquele programa. “O problema são os idosos, pois apenas um em cada dez recebeu 'cheque dentista', algo que é seu por direito, inteiramen te gratuito e com comparticipações significativas posteriores, quer no tratamento quer nas próteses dentárias”, lembrou o governante. “O problema advém de factores de exclusão, de falta de acesso à informação e até de transporte organizado para aceder a cuidados básicos de saúde”, referiu, acrescentando que “o desafio que daqui lanço para melhorar de forma radical a saúde oral dos idosos em Portugal é às juntas de freguesia e às suas comissões sociais, às Instituições Particulares de Solidariedade Social, às Misericórdias e às Redes Sociais concelhias”.

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