segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Mundo Sénior 30 Julho 2010

PORTUGUESES CONSOMEM O DOBRO DO SAL RECOMENDADO PELA OMS

Portugal consome o dobro do sal recomendado pela Organização Mundial de Saúde. A Sociedade Portuguesa de Hipertensão acredita que esta situação será alterada com a entrada em vigor da nova Lei do Pão. No dia 1 de Agosto, domingo, entra em vigor a nova lei que estabelece como limite máximo uma quantidade de 1,4 gramas de sal por 100 gramas de pão, lembra a Lusa/JN. A OMS recomenda que a dose de sal consumida pelos portugueses seja no máximo seis gramas, mas segundo dados da Sociedade Portuguesa de Hipertensão (SPH), cada português consome em média 12 gramas de sal por dia. “É a melhor lei em termos de saúde pública que já foi publicada. Vai fazer com que de forma normal as pessoas vão consumindo menos sal”, disse José Alberto Silva, presidente da SPH sobre a nova legislação. A nova lei obriga ainda a que os rótulos das embalagens de a limentos pré-embalados devam “proporcionar uma informação objectiva e simples que inclua dados sobre a quantidade relativa e absoluta de sal na embalagem, por percentagem do produto e por porção/dose”. “Pensamos que estas medidas vão levar a uma redução progressiva de sal na alimentação e beneficiar a baixa da causa de morte número um em Portugal, que é o acidente vascular cerebral (AVC)”, adiantou ainda o presidente da SPH. Um estudo realizado pela SPH no ano passado, mostra que se cada pessoa diminuísse dois gramas de sal nos alimentos ingeridos diariamente, a taxa de AVC cairia em cinco anos entre 30% a 40%. “Provavelmente vamos deixar de ser o único país da Europa Ocidental em que se morre mais de AVC do que outra coisa qualquer”, prevê José Alberto Silva.

REFORMA: LONDRES VAI ACABAR COM APOSENTAÇÃO OBRIGATÓRIA

O governo britânico vai acabar com a aposentação obrigatória aos 65 anos em 2011. Actualmente, um trabalhador quando atinge a idade limite pode ser despedido sem indemnização se o patrão não desejar a sua continuidade, refere a Euronews. Muitos aplaudem esta medida, é o caso de Mervin Kohler, porta-voz de um grupo que defende os interesses dos mais idosos. “Existem muitas pessoas que pretendem continuar a trabalhar e que viram as suas aspirações bloqueadas por causa desta Idade Obrigatória de Aposentação.” O executivo de David Cameron está confrontado com um défice público exorbitante e esta medida vai ajudar a encher os cofres do Estado. Mas o patronato não está satisfeito. “A nossa teoria é que os seniores desejam continuar a trabalhar porque se calhar não pouparam o suficiente para a reforma e por isso sentem que não têm outra o pção. O empregador é então colocado perante uma situação difícil: ou começa a fazer uma gestão do desempenho desse trabalhador, o que não é agradável, ou deixa-o prosseguir apesar de já não cumprir bem a sua função.” A medida faz parte do pacote de reformas do sistema de aposentações. Actualmente a pensão mínima na Grã Bretanha ronda os 460 euros mensais.


PORTO: RENATO SAMPAIO DEFENDE “GESTÃO DO TERRITÓRIO MAIS TRANSPARENTE”

Para tornar as decisões mais próximas do cidadão e mais transparente a gestão do território, o líder e recandidato à distrital do PS/Porto, Renato Sampaio, apresentou ontem um conjunto de propostas para a regionalização, descentralização e desconcentração do Estado. Em declarações à Lusa/Público, após a apresentação, o candidato explicou que as propostas vão no sentido de “tornar as decisões mais próximas dos cidadãos” e “mais transparente a gestão do território, do poder local e do poder central” português. “A nossa prioridade é a regionalização mas contudo é necessário dar passos no sentido de atribuir competências ao poder local, criando um novo quadro de competências ao nível dos municípios e juntas de freguesia e por fim ao livre arbítrio dos decisores políticos”, realçou. O candidato defende a descentral ização de competências para municípios e freguesias em áreas como a educação, a saúde, a rede local de creches, lares de idosos, centros de dia, estruturas de apoio a deficientes e a situações de exclusão social.

DESTAQUES DA SEMANA

VERBA PARA APOIO SOCIAL SOBE 7% MAS NÃO ACOMPANHA NECESSIDADES

As entidades de apoio social que operam no país, vulgo IPSS - ou instituições particulares de solidariedade social, como creches, lares, centros de dia, centros de apoio a deficientes -, devem receber do Estado português quase 1,3 mil milhões de euros este ano, de acordo com números do governo. Este valor traduz-se num reforço significativo (7%) face a 2009, mas é insuficiente para responder à crise e à escalada das situações de miséria, alertam responsáveis do sector. De acordo com o i, dada a violência da crise, que deverá fazer aumentar os números da pobreza e da exclusão social, é também de esperar uma explosão do número de utentes. Em 2009, as IPSS responderam ao apelo de 600 mil pessoas, mais 50 mil que em 2008. Para este ano, dizem fontes deste sec tor, o número de utentes chegará facilmente aos 650 mil. Se assim for, o reforço do bolo previsto no Orçamento do Estado para 2010 deverá ficar aquém das necessidades, traduzindo-se numa queda no valor médio do apoio por pessoa pelo terceiro ano consecutivo em 2010. Esse apoio médio por utente atingiu um pico em 2007, um ano após o lançamento do Programa de Alargamento da Rede de Equipamentos Sociais (PARES), cerca de 182 euros por pessoa. Desde então, e apesar do crescimento paulatino no número de necessitados, que o valor do apoio médio per capita está a cair. Estado e IPSS têm cumprido o protocolo dos acordos de cooperação, actualizando a comparticipação por resposta social - valor da ajuda pública por criança em creche, idoso em lar, deficiente a receber apoio etc. - com base na inflação do ano anterior. No entanto, as instituições temem pela situação deste ano: é que a inflação de 2009 foi negativa (-1,8%), o que daria um corte nas comparti cipações. O i avança que em cima da mesa das negociações está uma proposta do governo que aponta para um congelamento dos valores ou para uma actualização minimal. Em todo o caso, uma excepção ao protocolo. Lino Maia, presidente da Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade (CNIS), espera “uma actualização mais reduzida, mas em alguns segmentos das nossas respostas terá de haver subidas maiores nas comparticipações”. “É o caso dos apoios aos idosos mais dependentes, uma das áreas mais deficitárias, que durante muitos anos foi prejudicada nas actualizações”, explica. A CNIS representa quase 70% das instituições de solidariedade do país, que prestam apoio a cerca de 30 mil crianças e 50 mil idosos.

PERÍODOS DE CALOR INTENSO COINCIDIRAM COM EXCESSO DE MIL MORTES ESTE ANO

Pela quinta vez este ano, Portugal está a ser afectado por temperaturas máximas e mínimas acima dos valores normais para a época. Aos dias de brasa sucedem-se noites muito quentes que dificultam o arrefecimento do corpo e podem causar graves problemas de saúde, nomeadamente a descompensação de doenças crónicas, destaca o Público. Os anteriores períodos de calor intenso verificados este ano coincidiram já com um excesso de cerca de mil mortes (acima do que era esperado), adianta o subdirector-geral da Saúde, José Robalo, frisando que se trata de uma estimativa. “Embora não se possa falar em relação causa-efeito, está provado que os aumentos acentuados de temperatura têm um impacto sobre a morbilidade e a mortalidade”, explica. As autoridades conseguem act ualmente medir o excesso de mortalidade com rigor, graças ao sistema de vigilância diária de óbitos montado em 2004 para medir o impacto das ondas de calor, na sequência da tragédia do Verão de 2003. É a diferença entre o número observado e a média ajustada de óbitos nos períodos em análise que serve para calcular este valor.

CORTE NOS APOIOS SOCIAIS EM VIGOR A PARTIR DE 1 DE AGOSTO

Os cortes nos apoios sociais decididos pelo Governo entram em vigor já no dia 1 de Agosto. Entre as medidas, encontra-se a recusa de aceitar um trabalho no Centro de Emprego e reduções tanto no subsídio de desemprego como noutras prestações sociais, destaca o CM. Com esta medida, o Governo espera poupar 90 milhões de euros este ano e 199 milhões de euros em 2011. O Governo quer apertar nas regras de atribuição e manutenção das prestações sociais e, para isso, começou por alargar o que para o Estado constitui o conceito de família. A partir de Agosto, quase todos aqueles que vivam em comum com o beneficiário, seja em união de facto, seja em parentesco até ao terceiro grau, ou filhos adoptivos, entram para as contas. A todos será feita uma avaliação do rend imento. O limite é de 100 mil euros. Ou seja, o agregado familiar alargado não poderá ter um património superior a 100 mil euros, seja em acções ou em dinheiro. E dado que este alargamento representa, em princípio, um maior património, o valor das várias prestações sociais em causa diminui. Mas os salários, as pensões e as rendas também passam a entrar nas contas da Segurança Social, a quem os candidatos a uma prestação terão de autorizar o cruzamento de dados pessoais com o fisco e o levantamento do sigilo bancário. No Rendimento Social de Inserção (RSI), os cortes podem chegar aos 30%. Mas a contenção na despesa do Estado vai mais longe. O Governo vai eliminar uma série de apoios a deficientes, doentes crónicos e idosos dependentes.

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