MAIS 300 MORTES NA SEMANA PASSADA POR CAUSA DO CALOR
A onda de calor que afectou o País na semana passada fez aumentar “a mortalidade acima do esperado”: houve pelo menos mais 300 mortes do que na mesma semana do ano passado, revela o sistema de monitorização do Instituto Ricardo Jorge (INSA). A explicação está exactamente nas temperaturas elevadas, noticia o DN. Um número em linha com o que se tem verificado durante ondas de calor no Verão, explica o chefe da Divisão de Saúde Ambiental da Direcção-Geral da Saúde (DGS), Paulo Diegues. Apesar de o organismo ainda estar a tratar a informação recolhida durante a semana passada, o responsável adianta que, “segundo dados muito preliminares”, a maior parte desses óbitos “corresponde a pessoas com mais de 75 anos”. No relatório que o instituto publica semanalmente com os dados do Sistema de Vigilância Diária da Mortalidade, “por todas as causas”, é visível um excesso de pelo menos 300 mortos em relação ao esperado e ao que se registou na mesma semana do ano passado. A maioria são idosos. O INSA indica que este aumento é devido às temperaturas elevadas. Muitas regiões de Portugal estiveram em onda de calor, ou seja, registaram durante seis dias temperaturas cinco graus acima do que é normal para a época. Aliás, na semana passada, a DGS emitiu alertas amarelos para grande parte do País e as regiões do Alentejo, Lisboa e Santarém estiveram mesmo sob alerta vermelho. “Efectivamente, sempre que a temperatura sobe muito há um aumento da mortalidade”, explica Paulo Diegues. “O calor não é o único factor, mas potencia descompensações em doentes e idosos.” Ou seja, a s pessoas que morrem durante as ondas de calor, na sua grande maioria, já estão muito fragilizadas devido à idade ou a doenças. Por isso mesmo, a DGS desenvolveu um sistema de alertas, que serve para os serviços de s aúde e várias instituições se prepararem para o calor. Os hospitais e centros de saúde, no entanto, não foram alvo de uma procura excessiva. “A nível global não é notório que haja um pico. Pode haver um ligeiro aumento em algumas áreas, que não é visível a olho nu.” Os dados do INSA ainda podem ser revistos, à medida que vai chegando mais informação, disse ao DN fonte do instituto. Também a DGS ainda está a preparar o seu relatório sobre a semana passada. Mas os dados preliminares apontam para valores semelhantes aos do INSA e para um aumento progressivo da mortalidade ao longo da semana, revela Paulo Diegues.
Quatro pessoas estão internadas no Hospital dos Capuchos na sequência de cirurgias aos olhos na I-Qmed, uma clínica de oftalmologia de Lagoa, Algarve, que também se dedica às especialidades de otorrino, psiquiatria e beleza. Foi-lhes diagnosticada endoftalmite, uma “inflamação gravíssima” que pode levar à cegueira e que terá sido provocada por uma bactéria, factos a ser investigados pela Inspecção-Geral das Actividades em Saúde. A clínica fechou, noticia o DN. Os doentes são duas mulheres e dois homens, sendo que a doente mais nova tem 35 anos e as duas vistas afectadas, o que terá acontecido durante a intervenção para a colocação de lentes intra-oculares. As outras três pessoas, uma com 65 anos e duas com 80 e 88 anos, foram operadas às cataratas. Estes casos foram avançados pela SIC e, segundo apurou o DN, o médico que as operou é holandês, encontrando-se na sede da clínica, na Holanda. É esse o motivo pelo qual ainda não foi ouvido pela Inspecção-Geral das Actividades em Saúde (IGAS), que já o notificou para se deslocar a Portugal. A equipa da inspecção encontra-se no terreno para investigar as condições de funcionamento e de higiene do centro médico e equipamentos utilizados durante as cirurgias, incluindo o contacto com outros utentes. Além de querer apurar a situação legal e os acordos existentes. E já falou com os doentes que estão em Lisboa, esperando-se uma decisão o mais rápido possível.
CÁRITAS ABRIU CONTA PARA APOIO A CARENCIADOS
A Cáritas respondeu ao desafio da Comissão Episcopal da Pastoral da Saúde e abriu um fundo solidário para apoio a situações de dificuldades geradas pela actual crise. O repto de D. Carlos Azevedo foi dirigido a todos os cristãos – mormente políticos e empresários – para que cedessem 20% do salário para ajudar desempregados. A conta, aberta na semana passada, já recebeu pelo menos o contributo da própria Cáritas, 30 mil euros recolhidos na operação do Natal 2009 “Dez milhões de estrelas – o gesto pela paz”. A campanha consistiu na venda de velas para colocar nas janelas. Do produto da venda foram retirados 35% para ajudar desfavorecidos. “Cada vez mais aparecem à Igreja casos desesperados”, disse o presidente da Cáritas ao JN. Segundo Eugénio Fonseca, serão privilegiadas “sobretudo necessidades de alimentação, habitação, saúde e educação”, distribuídos localmente através das paróquias. Paralelamente, a Cáritas pretende promover formação em economia doméstica e orçamento familiar, “para capacitar as pessoas para enfrentarem a crise com maior realismo e ajudá-las a encontrar alternativas, como o recurso ao micro-crédito”. O fundo destina-se a apoiar qualquer pessoa, não apenas cristãos, sublinha o responsável. Os donativos podem ser feitos por transferência bancária através do NIB 0033 0000 0109 0040 15012, via Multibanco, ou ainda via postal, para a Sede da Cáritas Portuguesa (Praça Pasteur, nº 11, 2º Esq, 1000-238, Lisboa).
DESTAQUES DA SEMANA
IDOSOS CARENCIADOS COM VACINA DA GRIPE SAZONAL GRÁTIS ATÉ 2012
Até 2012 os idosos mais carenciados vão receber gratuitamente a vacina da gripe sazonal, o que nunca tinha acontecido. A medida é apresentada hoje pela ministra da Saúde, Ana Jorge, e faz parte da campanha de vacinação contra a gripe que arranca a 1 de Outubro. As vacinas deverão ser distribuídas através dos centros de saúde, refere o DN. A medida só avança porque o Ministério da Saúde chegou a acordo com a GlaxoSmithKline, laboratório a quem se comprou os seis milhões de vacinas da gripe A. Assim, em vez de receber os dois milhões de doses que ainda estavam por chegar, Ana Jorge conseguiu converter 660 mil de vacinas pandémicas em 900 mil da vacina da gripe sazonal. Estas c hegarão em três fases: 300 mil agora, 300 mil em 2011 e igual valor em 2012. Os beneficiários serão os idosos com mais de 65 anos que recebem complemento solidário, e que também têm acesso a medicamentos comparticipados a 100%, e muito provavelmente pessoas que estejam a viver em lares. Tudo de forma grátis, ao contrário de anos anteriores em que a vacina tinha de ser comprada na farmácia com receita médica. Além de poupar dinheiro em material que muito provavelmente nunca seriam usadas, tendo em conta a pouca adesão dos grupos de risco à vacina da gripe A, Ana Jorge tem aqui a ferramenta ideal para aumentar a cobertura da vacinação da gripe sazonal. A Organização Mundial de Saúde quer que, este ano, a cobertura de vacinação da gripe sazonal nos idosos seja de 75%. Em 2008/2009, Portugal estava muito longe desta meta: só de metade dos mais velhos, que fazem parte do grupo de risco, tomou a vacina. Nesse Inverno, houve um excesso de mortes de quase duas mil pessoas associada à gripe sazonal. Maioritariamente idosos, com doenças associadas. Fazem ainda parte da lista de prioritários os doentes crónicos e imunodeprimidos, com mais de 6 meses de idade, profissionais de saúde e outros prestadores de cuidados, como funcionários de lares de idosos. Estes terão de ter uma receita para comprar a vacina, como é habitual.
VALOR MÉDIO DAS REFORMAS CAIU 54 EUROS EM 2010
A corrida às reformas antecipadas, para evitar que as alterações impostas pelo Governo penalizem ainda mais quem deixa de trabalhar antes dos 65 anos, está a provocar a queda acentuada no valor das pensões, noticia o DN. Nos primeiros seis meses deste ano, de acordo com os números da Segurança Social, a pensão média foi de 396,80 euros, menos 54,20 euros que na primeira metade de 2009. Uma queda de 12% que atirou a pensão média já para um valor abaixo do próprio salário mínimo nacional. O problema, diz o economista Eugénio Rosa, é que, para além das reformas antecipadas, muitos desempregados de longa duração estão também a ser “empurrados para a reforma prematura”. E o que leva um trabalhador a optar por esta solução mesmo perdendo dinheiro? “A perspectiva psicológica de saberem que apesar de pouco é seguro”, acrescenta o economista Octávio Oliveira. E lembra que “muitos são desempregados de longa duração que acabam por escolher esta via quando, esgotada a protecção social e perante as dificuldades de reingresso no mercado de trabalho, optam por ter um cenário que lhes garanta alguma estabilidade e os deixe livres da pressão do ónus das convocatórias dos centros de emprego”. No primeiro semestre deste ano, a Segurança Social registou um aumento de 47 mil pessoas em situação de reforma antecipada, em comparação com o mesmo período de 2009. Segundo os dados recolhidos pelo DN, no final de Junho havia um total de 915 mil pessoas nesta situação, enquanto em Junho de 2009 este valor se ficava pelos 868 mil indivíduos, menos 5,1% do que se regista actualmente. A diferença de valores cresce ainda mais se compara rmos estes números com os dados do primeiro semestre de 2008: mais 88 mil pessoas em situação de reforma antecipada. Contas feitas, o número de aposentados por reforma antecipada aumentou 9,7% em apenas dois anos.
GOVERNO REFORÇA CORTES NOS APOIOS SOCIAIS ATÉ FINAL DO ANO
A nova lei que aperta a atribuição de apoios sociais entrou ontem em vigor. Mais de duas mil prestações vão ser revistas, revela o Diário Económico. Os beneficiários do Rendimento Social de Inserção (RSI) arriscam-se a ter dois cortes na prestação até ao final do ano. Isto acontece porque, em Agosto, a Segurança Social está em condições de avançar imediatamente com o processo automático de recalcular as prestações sociais com base no peso que cada elemento tem no agregado familiar. Mas os restantes ajustes poderão ser feitos mais tarde. A nova lei que aperta os critérios de atribuição destas ajudas sociais entrou ontem em vigor e harmoniza normas para todos os apoios não contributivos que dependem dos rendimentos dos beneficiários. Uma vez que a base de dados da Segurança Social já dispõe de informação sobre a composição do agregado familiar, será possível ajustar desde logo as escalas de equivalência às prestações em curso. E tendo em conta que a prestação de RSI difere consoante o tamanho do agregado, esta avaliação vai ditar imediatamente cortes no valor da prestação de famílias com dois adultos ou três ou mais crianças. Se nesta fase, os beneficiários conseguirem manter o apoio, ainda correm o risco de ver o montante da ajuda ser alterado mais tarde, por altura da reavaliação extraordinária das prestações em curso, tendo já em conta o novo conceito de agregado familiar (mais abrangente e podendo incluir elementos que até aqui não eram contabilizados) e o conjunto mais alargado dos rendimentos a considerar (tanto do beneficiário como da família que com ele vive). Caso haja novos rendimentos, é de es perar outro corte na prestação ou até a sua eliminação. Em algumas situações, o alargamento do conceito de agregado (que chega ao 3º grau) também pode ditar subidas na prestação. As alterações aos apoios entram em vigor no mês seguinte ao da reavaliação. Já quem recebe subsídio social de desemprego será afectado de forma diferente, uma vez que o valor da prestação é fixo. Por isso, o máximo que pode acontecer é que, na avaliação automática do peso de cada elemento da família, os beneficiários mantenham a prestação e percam esse direito no processo de reavaliação extraordinária. A nova lei prevê que, na capitação dos rendimentos, apenas o beneficiário tenha uma ponderação de 1, enquanto os restantes adultos pesam 0,7 e os menores 0,5. No caso do rendimento mínimo, os cortes deverão afectar a maior parte das famílias. A Segurança Social vai agora começar a enviar cartas aos mais de dois milhões de beneficiários de todos os apoios sociais, a pedir a actualização dos dados necessários - tanto quanto possível através da Segurança Social Directa, para não sobrecarregar os serviços. Com a nova lei, o Governo estima poupar 99 milhões de euros este ano e 199 milhões em 2011.
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