Quarta-feira, 25 de Agosto de 2010
MAUS-TRATOS: 152 AVÓS AGREDIDOS EM CINCO ANOS
No ano de 2009, a APAV recebeu 22 queixas de agressões de netos a avós. No total - de 2004 a 2009 -, foram 152 as denúncias recebidas pela associação de apoio à vítima. Sendo que foi no ano de 2007 que se registou um "pico" na estatística, com 27 casos conhecidos. "Mas estes números ficam muito aquém da realidade", explica Daniel Cotrim, da APAV, em declarações ao DN. "Estes idosos têm medo de ficar sozinhos e também de prejudicar os familiares, e, por isso, a larga maioria não diz nada". As denúncias, essas, partem de vizinhos e de familiares mais afastados, e que não vivem com as vítimas nem com os agressores. Na maioria dos casos, estamos a falar de vítimas com mais de 65 anos, em que os netos agressores são homens com mais de 18 anos. Uma realidade que é "transversal" a todo o País e que também já conhece alguns casos cujas família s são da classe média alta ou mesmo da alta. "Estas vítimas são muito vulneráveis, estão isoladas, e muitas vezes desculpam os agressores porque estão dependentes deles". Em muitos casos, estes idosos são tratados como " animais de cativeiro" e são agredidos, na maioria das vezes, "por pura negligência, falta de paciência ou mesmo por interesses materiais dos futuros sucessores", explica o técnico da APAV. "Os filhos e netos querem apropriar-se dos bens dos idosos e, por isso, exercem força sobre eles porque são mais fortes e menos vulneráveis", conclui Daniel Cotrim. As agressões passam por pontapés, estaladas e apertos no pescoço.
ALDEIA JUNTA 15 MIL EUROS E TRANSFORMA ESCOLA DESACTIVADA EM LAR
Os habitantes de Vilarinho da Raia, no concelho de Chaves, reuniram-se e juntaram cerca de 15 mil euros para transformar a escola da aldeia, desactivada há oito anos, na associação “Cantinho da Raia” para acolher idosos durante o dia. A Câmara de Chaves cedeu o espaço, mas foi a população local quem financiou e construiu a associação para “dar nova vida à aldeia e aos idosos que cá moram”, avançou a impulsionadora do projecto, Maria do Céu Monteiro. Maria do Céu Monteiro vendeu a casa na cidade para se instalar em Vilarinho da Raia, mas “quando lá chegou viu que “não havia um café, um lugar para as pessoas se reunirem e conversarem um pouquinho”. “Toda a gente dizia que se podia fazer algo na escola, mas ninguém tomava a iniciativa. Então um dia pus mãos à obra e reuni com a população para transformar a escola degradada n um local útil”, referiu. A mensagem foi-se espalhando e os emigrantes da aldeia na França, Espanha e Estados Unidos começaram a enviar donativos. A população, essa, seguiu-lhes o exemplo. As obras da associação já foram feitas, mas Maria do Céu Monteiro pretende ainda equipar a cozinha para confeccionar as refeições para os idosos que já não podem cozinhar. Para além disso, acrescentou, “um dos meus sonhos é comprar uma carrinha para levar os idosos à cidade porque o autocarro não passa aqui e ir de táxi custa 25 euros”. As “ambições” não terminam por aqui. A presidente da associação está em “negociações” com a Escola de Enfermagem para que alunos da escola venham à aldeia medir a tensão arterial, colesterol e vigiar a diabetes aos idosos, adianta o jornal i.
ÚNICO REMÉDIO PARA A GOTA SÓ EM ESPANHA
O único medicamento para tratar a gota, o Colchicine, está esgotado em Portugal desde 19 de Julho e a reposição no mercado está prevista só para 31 de Outubro. Aos doentes que sofrem uma crise aguda, que causa dores insuportáveis, resta procurá-lo nas farmácias espanholas. Estima-se que 90 mil portugueses sofram de gota. Nelson Pires, director do laboratório Jaba Recordati, empresa distribuidora e licenciada do produto, afirmou ao CM que a ruptura do medicamento se deve a uma alteração do local de fabrico, em França. "A ruptura é uma situação que nos preocupa seriamente", afirmou. Para evitar que os doentes estejam três meses sem acesso ao Colchicine, também prescrito para tratar a Béhçet, uma doença rara de inflamação dos vasos sanguíneos, a solução encontrada pela empresa é "a importação com embalagem em francês e reembalagem em Portugal da caixa e do folheto traduzidos". Nelson Pires afirma que foram "informados" pelo Infarmed de que o pedido "poderá ser autorizado, mesmo com as embalagens em francês, desde que o folheto informativo conste em português e que seja a mesma Autorização de Introdução do Mercado". O responsável diz aguardar "instruções e documentação para formalização do pedido". Fonte do Infarmed diz que ainda não foi feito qualquer pedido de importação do medicamento pela Jaba, mais de um mês após a verificação de ruptura de stock do Colchicine. O Infarmed acrescenta que os laboratórios têm conhecimento das alternativas de acesso aos medicamentos.
PORTO DE MÓS: UNIDADE DE CUIDADOS CONTINUADOS CONCLUÍDA EM 9 MESES
A Santa Casa da Misericórdia de Porto de Mós espera concluir, dentro de nove meses, a unidade de cuidados continuados de longa duração, um investimento de dois milhões de euros iniciado a semana passada. De acordo com o provedor da instituição, José Carlos Ramos, a obra, localizada na vila de Porto de Mós, tem capacidade para 30 utentes e pretende responder a “uma das lacunas do país”, o acolhimento de pessoas que “já não são doentes hospitalares”, mas também “não têm condições de ir para casa”. “Os hospitais são para tratar situações de urgência e emergência”, realçou, considerando que “o Estado fica a ganhar com investimentos como este”, que dá resposta “às necessidades de anos”. “Este tipo de equipamentos fazia falta, efectivamente, ao país”, acrescentou, adiantando que, inicialmente, a ideia da Misericà ³rdia passava por construir um lar residencial para acolher idosos não dependentes de apoio. Segundo o responsável, citado pela Rádio Vizela, o investimento na unidade de cuidados continuados de longa duração, onde os utentes vão poder permanecer mais de 90 dias, conta com uma comparticipação estatal de 750 mil euros e do apoio da Câmara Municipal de Porto de Mós em 400 mil euros, entidade que também doou o terreno e vai participar na execução de alguns trabalhos.
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