Sexta-feira, 27 de Agosto de 2010
COIMBRA: LANÇADO MESTRADO EM ENFERMAGEM DE SAÚDE DO IDOSO
Arranca em Outubro, pela primeira vez, na Escola Superior de Enfermagem de Coimbra, o curso de mestrado em Enfermagem de Saúde do Idoso e Geriatria. Os objectivos e conteúdos das unidades curriculares deste novo curso de 2º ciclo, correspondem às necessidades de formação em enfermagem de saúde do idoso e geriátrica. Na sua elaboração tiveram em linha de conta a actual reorganização dos serviços de saúde, assim como as orientações nacionais e internacionais nesta área do conhecimento, nomeadamente o Plano Nacional de Saúde, o Programa Nacional para a Saúde das Pessoas Idosas (2004) e directrizes da OMS. Com este curso, pretende-se oferecer às unidades vocacionadas para a prestação de cuidados à pessoa idosa um grupo de enfermeiros dotado de competências necessárias para responder de forma especializada às diferentes, específicas e com plexas necessidades da pessoa idosa e dos seus cuidadores, adianta a Associação Portuguesa de Psicogerontologia. O Mestrado em Enfermagem de Saúde do Idoso e Geriatria tem a duração de 3 semestres, com 90 ECTS. Estão disponíveis 25 vagas.
GRÉCIA ABRE CAÇA AOS PENSIONISTAS MORTOS
Parece a sinopse de um filme de terror, mas é apenas uma medida de combate à fraude para pôr as contas públicas em ordem. O Governo grego descobriu que estão a ser pagas reformas a pessoas que já morreram. E decidiu abrir guerra aos abusos, que só contribuem para aumentar a despesa pública, numa altura em que as contas do país já estão de rastos. De acordo com a Agência Financeira, o executivo grego vai desencadear uma operação de fiscalização aos reformados mais idosos. É que descobriu recentemente 300 casos em que os familiares de pensionistas falecidos continuavam a levantar o dinheiro das reformas, sem dizerem que os seus entes queridos já tinham partido. Tudo começou quando o Governo percebeu que há reformas que estão a ser pagas aos mesmos beneficiários desde 1954. Cerca de cinco centenas dos reformados registados têm, pelas contas do Governo, mais de 110 anos. Resta saber se continuam mesmo vivos, ou se os seus familiares se estão a aproveitar do facto de as informações estarem desactualizadas. Para tirar as teimas, o Governo grego vai fiscalizar 8.500 pensionistas de idades mais avançadas.
REDE SOCIAL E FAMILIAR CONTRIBUI PARA UMA VIDA LONGA
Uma boa rede social e familiar aumenta a probabilidade de se ter uma vida mais longa, refere uma revisão de estudos realizada por investigadores da Brigham Young University, nos EUA, publicada na revista PLoS Medicine. No âmbito deste trabalho, foram analisados dados de 148 estudos que observaram a relação entre a frequência da interacção humana e a saúde durante um período de sete anos e meio. O resultado aponta para o facto de os relacionamentos diminuírem em 50% o risco de morte, contudo, segundo os cientistas, este valor pode ser bastante superior, dado que as investigações não abordaram a qualidade das relações interpessoais. Em comunicado, a equipa, liderada por Julianne Holt-Lunstad e Timothy Smith, refere que uma baixa interacção social coloca a vida em risco tanto quanto fumar mais de 15 cigarros por dia ou ser alcoólico. Nessa mesma comparação, não ter um bom suporte social coloca a saúde num risco superior ao de não praticar exercício físico e é duas vezes mais prejudicial do que a obesidade.
DESTAQUES DA SEMANA
RASTREIO OFTALMOLÓGICO OBRIGATÓRIO TODOS OS ANOS
De 4% a 5% é a percentagem de novos casos, por ano, de diabéticos que precisam de consulta oftalmológica para tratar problemas resultantes da doença. Um número, mesmo assim elevado, ao qual só será possível chegar se os programas de rastreio funcionarem de forma continuada no tempo. De acordo com o Estudo da Prevalência da Diabetes em Portugal, mais de 900 mil portugueses sofrem desta doença. Cerca de 11,4% apresentam retinopatia, ao qual acresce um total de 2,3% que são cegos ou amblíopes. Nas regiões onde existem rastreios, os números falam por si. "Na zona centro, da primeira vez que se fez o rastreio, 15% das pessoas precisavam de consulta oftalmológica. Da segunda, foram 10%. Na terceira ronda, já eram cerca de 4% as pessoas que necessitavam de consulta médica. Este será o número normal de novos casos por ano. O que se apanhou anteriormente foram os doentes acumulados que não tiveram acesso a rastreios e que não sabiam ter problemas. É o problema dos atrasos", diz ao DN José Manuel Boavida, coordenador do Programa Nacional de Prevenção e Controlo da Diabetes. O especialista não hesita em afirmar que 4% a 5%, mesmo sendo o número distante do detectado no início dos rastreios, é uma percentagem muito elevada. "É por isso que se exige que o rastreio seja anual, o que neste momento não acontece, de forma a detectar os problemas precocemente e encaminhar para os hospitais os casos mais complicados", defende.
FALTA DE TRABALHO ANTECIPA REFORMAS
Reforma já não é sinónimo de anos a fio de trabalho, nem tão pouco está relacionada com a idade. Há cada vez mais portugueses nesta situação simplesmente porque não têm trabalho nem direito a subsídio. Mais de metade daqueles que anteciparam a reforma viram nesta opção a saída possível. Em Junho deste ano, havia 85.781 portugueses que aceitaram um corte na pensão por falta de trabalho, segundo os dados da Segurança Social, citados pelo Correio da Manhã. Um número que representa 55,7% de todos os reformados por antecipação existentes no país e que constituíam, no total, 153.898 pessoas em Junho. “Perdem o emprego, recebem o subsídio de desemprego, depois o apoio social e quando isso acaba são empurrados para a reforma antecipada, aceitando os cortes porque não têm mais para onde ir”, disse o economista e membro da CGTP, Eugénio R osa. O especialista considera que o nível recorde de desemprego de longa duração (326 mil portugueses estão nesta situação há mais de um ano) mostra que esta é uma tendência que deverá agravar-se.
MAUS-TRATOS: 152 AVÓS AGREDIDOS EM CINCO ANOS
No ano de 2009, a APAV recebeu 22 queixas de agressões de netos a avós. No total - de 2004 a 2009 -, foram 152 as denúncias recebidas pela associação de apoio à vítima. Sendo que foi no ano de 2007 que se registou um "pico" na estatística, com 27 casos conhecidos. "Mas estes números ficam muito aquém da realidade", explica Daniel Cotrim, da APAV, em declarações ao DN. "Estes idosos têm medo de ficar sozinhos e também de prejudicar os familiares, e, por isso, a larga maioria não diz nada". As denúncias, essas, partem de vizinhos e de familiares mais afastados, e que não vivem com as vítimas nem com os agressores. Na maioria dos casos, estamos a falar de vítimas com mais de 65 anos, em que os netos agressores são homens com mais de 18 anos. Uma realidade que é "transversal" a todo o País e que também já conhece alguns casos cujas famílias são da classe média alta ou mesmo da alta. "Estas vítimas são muito vulneráveis, estão isoladas, e muitas vezes desculpam os agressores porque estão dependentes deles". Em muitos casos, estes idosos são tratados como " animais de cativeiro" e são agredidos, na maioria das vezes, "por pura negligência, falta de paciência ou mesmo por interesses materiais dos futuros sucessores", explica o técnico da APAV. "Os filhos e netos querem apropriar-se dos bens dos idosos e, por isso, exercem força sobre eles porque são mais fortes e menos vulneráveis", conclui Daniel Cotrim. As agressões passam por pontapés, estaladas e apertos no pescoço.
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