quinta-feira, 18 de novembro de 2010

APP - Associação Portuguesa de Psicogerontologia

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Prevenir o frio para travar taxa de mortalidade

 Portugal é, entre os países da União Europeia, aquele onde mais se morre por falta de condições de isolamento e aquecimento nas casas. Para ajudar a inverter a tendência, o Hospital de Braga está a desenvolver uma campanha de sensibilização da população sénior.

Os conselhos para protecção contra o frio vão de encontro às principais causas de acidentes que vitimam idosos, como fogos provocados por lareiras e cobertores eléctricos.

Portugal tem a maior taxa (28%) de excesso de mortalidade no Inverno, seguido-se Espanha e Irlanda, ambos com 21%, segundo um estudo da Universidade de Dublin (Irlanda). Apesar do “frio matar mais do que o calor em Portugal”, não existe qualquer plano específico, mas antes “um conjunto de recomendações” que são disponibilizadas à população em geral, principalmente através da comunicação social.

Na última vaga de frio, a Direcção-Geral de Saúde acompanhou as notícias sobre a morte de idosos associada ao frio, mas não dispunha de dados sobre o número de idosos que perderam a vida devido às baixas temperaturas.

Em Portugal não existem estudos ou planos de contingência sobre a mortalidade durante as baixas temperaturas, porque há muitos factores que confundem as razões da mortalidade, como a gripe ou doenças crónicas.

Quando a enfermeira Sílvia Oliveira acabou de distribuir as mantinhas que o Hospital de Braga ofereceu aos presentes, logo a responsável pela Universidade Bracarense de Autodidactas da Terceira Idade, Luísa Jácome avisava: “Meninas, amanhã já podem levar as mantas para o passeio”.

Além das disciplinas que compõem o currículo, frequentado pelos 110 alunos, a UBATI promove diversas visitas de estudo e iniciativas ligadas ao bem estar dos seus alunos. É nesse capítulo que se insere esta iniciativa, lançada pelo Hospital de Braga e que colheu aceitação entre os seniores da universidade.

“Nesta região, onde os invernos são mais rigorosos, com mudanças de temperatura bruscas que afectam a saúde das pessoas, é importante alertar os que têm uma idade mais avançada, logo mais fragilizadas, para os cuidados a ter com o frio”, alude Luísa Jácome.

Estas acções que o Hospital de Braga está a promover são dirigidas à terceira idade de Braga e inserem-se no Programa de Educação para a Saúde que o hospital tem vindo a implementar. Por isso, a oferta de mantas tem um alcance mais vasto, para além da protecção do frio. “Queremos que se lembrem das recomendações que aqui deixámos”, lembra a enfermeira Sílvia.

Antes dos alunos da universidade da terceira idade, já os utentes da Associação de Reformados do Centro Histórico de Braga tinham acolhido os ensinamentos: “São recomendações genéricas, sempre ajustadas a cada caso, como no caso das refeições. Alertamos para o perigo dos aquecedores e radiadores que não devem estar junto a cortinados ou toalhas de mesa, assim como as lareiras”.

Fonte: Jornal de Notícias

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