terça-feira, 28 de dezembro de 2010

APP - Associação Portuguesa de Psicogerontologia


 

Legião da Boa Vontade para “exército” de pobres

Posted: 27 Dec 2010 09:01 AM PST

O objectivo era entregar cabazes de Natal a mil famílias, mas foi ultrapassado: em distribuições no Porto e em Braga, Coimbra e Lisboa, a Legião da Boa Vontade (LBV), nas últimas semanas, passou de 1100 sacos.


 Os pedidos de alimentos continuam a aumentar.


Mil sacos de alimentos e brinquedos a famílias em risco social é um objectivo simbólico nesta época. Na Páscoa, é de 500. “Mas ultrapassamos sempre, porque há sempre muitos pedidos”, assegura Eduarda Pereira, responsável de comunicação daquela organização não governamental de solidariedade social, que faz distribuição especial – alargada em número de famílias e em composição do cabaz: entram também a aletria e o tradicional bolo-rei.

Todos os meses, entre 100 e 130 agregados em risco social ou sem retaguarda recebem alimentos. Mas o número de inscritos é superior a 1700. “Este ano, temos muitos que até já tinham sido ajudados há alguns anos e que voltaram a necessitar de ajuda, com o aumento do desemprego”, explica Eduarda Pereira.

Os pedidos à LBV, que aumentaram 30% este ano, segundo a responsável, são feitos directamente, mas também através de outras instituições – juntas de freguesia e misericórdias incluídas.

Ultimamente, chegam mais através de vizinhos. É uma expressão da pobreza envergonhada, conclui, porque os novos pobres não querem ser vistos a entrar na instituição. É ela que vai ao seu encontro: “Visitamos as famílias e avaliamos as situações.”

Nem todas podem ser ajudadas de imediato, mas ao longo do ano o núcleo de agregados apoiados vai mudando, explica, porque a Legião da Boa Vontade não tem capacidade de resposta para atendê-las. “Não há doações de alimentos e de dinheiro suficientes e também temos encargos com a manutenção da instituição”, diz, apontando um novo fenómeno recente: “Há muitas famílias que já só conseguem ter dinheiro para pagarem a prestação da casa, e outras nem isso, ficam sem dinheiro para comida e aparecem no centro social e nas carrinhas da nossa “Ronda da Caridade” para os sem-abrigo com taparwares para levarem uma refeição quente”.

As 210 toneladas anuais de alimentos distribuídos a famílias e em refeições preparadas resultam de doações – metade em géneros, metade em dinheiro – de empresas e de particulares, designadamente nas campanhas de recolha, bem como de entregas do Banco Alimentar contra a Fome.

A instituição está a estudar a possibilidade de recorrer ao programa europeu de distribuição de excedentes de alimentos, através do Instituto de Segurança Social, com o qual não tem aliás qualquer acordo que permita designadamente receber subsídios estatais para as suas actividades.

“Não é que não precisemos deles, mas há certos formalismos que nos pedem e não podemos perder a nossa autonomia, a garantia de que os nossos programas não são interrompidos à espera de autorizações”, justifica Eduarda Pereira, observando que não pretende criticar a Segurança Social.

In Jornal de Notícias

Francisco Lopes avisa que idosos vão viver “ainda pior” em 2011

Posted: 27 Dec 2010 08:41 AM PST

O candidato presidencial avisou hoje que os idosos “vão viver ainda pior” em 2011, devido às medidas de austeridade, lamentando que “recursos vultuosos” sejam “encaminhados para aumentar lucros” das empresas, em vez de apoiarem a terceira idade.


 

O candidato às eleições de 23 de Janeiro visitou hoje as instalações dos Inválidos do Comércio, em Lisboa, considerando que ao Presidente da República cabe “uma palavra aos mais idosos, que, depois de uma vida de trabalho, devem ter direito a uma fase da vida que os realize”.

Francisco Lopes considerou que em 2011 os idosos vão ser confrontados com “novas dificuldades”, recordando que o Orçamento do Estado para o próximo ano prevê o congelamento das pensões e das reformas, “ao mesmo tempo que aumentam os preços, com o aumento do IVA, do pão, da electricidade”.

“Muitos dos idosos vivem já em condições muito difíceis e, no próximo ano, concretizando-se estas medidas deste orçamento de injustiça social, viverão ainda pior, quando nada justifica isso”, sustentou. O candidato apoiado pelo PCP e Verdes afirmou que “há recursos vultuosos que continuam a ser encaminhados para aumentar cada vez mais os lucros dos grandes grupos económicos e financeiros, quando deviam ser orientados no sentido do apoio à terceira idade”.

In Diário de Notícias

Portugueses trabalham mais e reformam-se aos 63 anos

Posted: 27 Dec 2010 08:32 AM PST


 Portugueses são dos que se reformam mais tarde e que menos tempo gozam pensão.


 Os portugueses reformaram-se, em média, aos 63 anos este ano, cinco meses mais tarde do que em 2007, quando entrou em vigor a reforma da Segurança Social. Na Europa, segundo os dados disponíveis para a mortalidade, os portugueses são dos que menos tempo têm para gozar a sua reforma.

Este aumento no tempo de vida activa (e respectivo adiamento da entrada na reforma) é uma consequência directa da alteração recente das regras das pensões. As reformas passaram a ser penalizadas por via do factor de sustentabilidade, que liga o valor das pensões à esperança média de vida. O facto das pessoas viverem cada vez mais tempo reduz automaticamente o valor das pensões à luz das novas regras (ver caixa). Ou seja, apesar da idade legal continuar a ser os 65 anos, a verdade é que agora (e gradualmente mais desde 2007) as pessoas que chegam à idade limite de reforma têm de trabalhar mais algum tempo (semanas, meses) para evitar uma penalização na pensão que vão receber até ao final das suas vidas.

Fonte oficial do Ministério do Trabalho confirmou ao DN que “os dados administrativos da Segurança Social mostram que, em 2010, a idade média de reforma dos pensionistas de velhice do regime geral contributivo foi de 63 anos”. Em 2007, o primeiro ano a sério da reforma liderada pelo ex-ministro da Solidariedade Social José Vieira da Silva, a idade média rondava os 62,6 anos.

Dados do Eurostat mostram que Portugal já é um dos países europeus onde as pessoas se reformam efectivamente mais tarde. Em 2007, por exemplo, a idade real de passagem à aposentação dos portugueses foi superior à que vigorou em países como Finlândia, Grécia ou Áustria. Quando se comparam os últimos números disponíveis para os países europeus, a ordem mantém-se relativamente inalterada.

Mas os pensionistas portugueses até serão dos que menos encargos dão ao sistema de pensões, pois vivem relativamente menos tempo na reforma do que a maioria dos povos europeus.

Tendo em conta que a idade de reforma real é de 63 anos e que a esperança média de vida aos 65 anos é de quase 18,5 anos, significa que os portugueses gozam as suas pensões de velhice durante cerca de 20,5 anos. Menos seis anos que os franceses, menos cinco anos que os luxemburgueses e menos quatro anos que os gregos. Devido à crise, às imposições políticas e às crescentes pressões demográficas, França, Grécia, Espanha e outros países europeus pretendem acabar com a generosidade dos seus sistemas, everedando por reformas da Segurança Social. Portugal tem recebido elogios internacionais por se ter antecipado nestas políticas e prolongado por mais alguns anos a sustentabilidade do sistema.

A reforma desenhada em 2006 assenta em dois pilares: um é o factor de sustentabilidade, que implica trabalhar mais tempo para evitar penalizações. O segundo é o que prende a actualização dos valores das pensões às condições económicas (crescimento do produto e inflação), utilizando o Indexante de Apoios Sociais (IAS) em vez do salário mínimo.

Em Novembro, Portugal tinha 1,897 milhões de pensionistas activos por velhice, um número que não pára de aumentar. Segundo o Instituto de Informática da Segurança Social, este ano (entre Janeiro e Novembro) foram pagos 8,941 mil milhões de euros em reformas deste tipo. Àqueles juntam-se ainda 698,7 mil titulares de pensões de sobrevivência e 291,5 pensionistas por invalidez.

In Diário de Notícias

Sem comentários:

Enviar um comentário