No âmbito do Ano Internacional da Química, terá lugar no próximo dia 8 de Novembro (terça-feira), pelas 18h00 no auditório 2 da Fundação Calouste Gulbenkian, com transmissão em circuito vídeo nos espaços adjacentes, a conferência – As Químicas do Nobel – que será proferida pela Profª. Doutora Raquel Gonçalves-Maia. Teremos muito gosto em contar com a Vossa Presença.
Junto enviamos o resumo da referida conferência.
Rita Rebelo de Andrade
PROGRAMA CICLO DE CONFERÊNCIAS 2011
8 Novembro 2011 / Terça-feira / 18h00
As Químicas do Nobel
Raquel Gonçalves-Maia da Faculdade de Ciências, Universidade de Lisboa
14 Dezembro 2011 / Quarta-feira / 18h00
As ligações perigosas
António Nunes dos Santos da Faculdade de Ciências e Tecnologia, Universidade Nova de Lisboa
Informações:
Serviço de Ciência / Fundação Calouste Gulbenkian
Av. de Berna 45 A, 1067-001 LISBOA
T. 21 782 35 25 / F. 21 782 30 19
E. questaodequimica@gulbenkian.pt / W. www.gulbenkian.pt/questaodequimica
Fundação Calouste Gulbenkian / Auditório 2
Transmissão directa nos espaços adjacentes
Videodifusão http://live.fccn.pt/fcg/
Público-alvo / Ensino Secundário (10º, 11º, 12º) / Universitários / Público em geral.
As Químicas do Nobel
Raquel Gonçalves-Maia
Fundação Calouste Gulbenkian
São quatro as químicas do Nobel: Marie, Irène, Dorothy e Ada. Marie nasceu polaca, Irène francesa, Dorothy britânica e Ada israelita. Diferenças sem significado, que escondem filiações genéticas, genealogias científicas, afinidades electivas. Estudaram a interacção das radiações com a matéria para saberem mais sobre a sua composição e estrutura. Todas guindaram os seus objectivos a um nível de tal modo elevado que só a elas, entre as mulheres, foi concedido o Prémio Nobel da Química até aos dias de hoje. Quatro mulheres, quatro seres excepcionais. Investigadoras, professoras, casadas e mães. Exigentes e determinadas, venceram preconceitos, ultrapassaram convenções.
A radioactividade perdeu segredos e os elementos químicos Rádio e Polónio viram a luz sob a persistência de Marie. A transmutação de elementos em elementos, de radioactividade “induzida” por acção físico-química e sem mistérios alquímicos, foi obra certeira de Irène. A decifração, por cristalografia de raios X, da complexa estrutura tridimensional de moléculas da vida – o colesterol, a vitamina B12, a insulina, … – saiu perfeitamente delineada das mãos de Dorothy. Ada perseguiu os ursos polares, enquanto hibernados; depois, bactérias. E será, de novo, a técnica da cristalografia de raios X que permitirá observar ribossomas, essas estruturas presentes nas células que possibilitam construir diariamente tijolos sobre os quais se edifica a vida – as proteínas.
Conhecer a estrutura é conhecer a função. E as aplicações farmacológicas e médicas tornam-se inevitáveis. No Ano Internacional da Química é inevitável também conhecer os contributos das mulheres para a Ciência – a sua vida e a sua obra.
Marie Skłodowska Curie (1867-1934) recebeu o Prémio Nobel da Química em 1911 (com o marido Pierre Curie e Henri Becquerel. Já tinha sido contemplada com o Nobel da Física, em 1903). Irène Joliot-Curie (1897-1956), filha do casal Curie, recebeu, com o marido Frédéric Joliot-Curie, o Prémio Nobel da Química em 1935. Dorothy Crowfoot Hodgkin (1910-1994) foi contemplada em 1964. Recentemente, em 2009, Ada Yonath (n. 1929) – na companhia de Venkatraman Ramakrishnan e Thomas Steitz – foi distinguida com o prémio Nobel da Química.
Raquel Gonçalves-Maia
rmcgonc@gmail.com
É doutorada e agregada em Química pela Universidade de Lisboa. Pós-doutoramento na Universidade de Exeter (Reino Unido). É professora catedrática aposentada do Departamento de Química e Bioquímica da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa.
Desenvolveu actividade de investigação na área da Química-Física, tendo sido coordenadora científica do GERQ - Grupo de Estrutura e Reactividade Química. Dirigiu o Boletim da Sociedade Portuguesa de Química e foi representante nacional na Commission on Chemical Kinetics da IUPAC. Foi membro de Comissões de Avaliação e de Direcção/Organização universitárias.
Leccionou na Universidade de Lisboa e, por convite, nas Universidades Técnica de Lisboa, de Évora e do Minho e no Instituto Politécnico de Tomar. Realizou várias Acções de Formação creditadas.
A Epistemologia, a História das Ciências e a Divulgação Científica têm suscitado também o seu interesse. Foi colaboradora do JL – Jornal de Letras, Artes e Ideias, tendo tido a seu cargo a coluna “Ciência e Sociedade”.
Publicou centenas de artigos, vários livros e capítulos de livros, nas áreas mencionadas, e também contos e romances.


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