A equipa do Teatro do Vestido vem por este meio fazer o pedido de divulgação do seu novo projecto, Zona de Acolhimento ou "uma casa é a coisa mais séria da vida" ( Ruy Belo).
Escrevemos esta mesma frase quando abrimos pela primeira vez as portas do pavilhão 27 do Hospital Júlio de Matos, onde o TdV residiu durante dois anos. Foi em 2006. Parecia normal chamar casa àquele sítio. Depois um dia (porque todo o mundo é composto de mudança, não é?) tivemos que sair e levar as coisas e deixar a chave. Havia coisas melhores para fazer com aquele sítio do que teatro (foi mais ou menos assim que nos foi explicado). Seguiu-se uma errância que nos pareceu longa, porque quando não se tem casa o tempo parece longo, especialmente quando todas as coisas estão espalhadas por todo o lado, até em sítios que mais tarde vieram a ser emparedados e com eles as nossas coisas (a que nalguns sítios se chama espólio mas que nós não tratamos como isso e sim como coisas, porque se calhar como espólio doía um bocado sabê-lo espalhado por aí e emparedado, mais até do que já doía/dói). De modo que, como dizíamos, seguiu-se a errância. Ainda não acabou, sentimos, mas algures pelo caminho fomos procurando casas temporárias e encontrando-as (uma delas até tinha ‘Provisória’ no nome), até que chegámos aqui: é na Travessa do Corpo Santo, é no nº 29, é no Cais do Sodré, é num segundo andar.
E porque quando se tem uma casa parece que se quer partilhá-la, pensámos em fazer uma Zona só de partilha, a que chamámos Zona de Acolhimento. São semanas dedicadas ao acolhimento de projectos fora da companhia, cuja curadoria está a cargo de membros da equipa TdV.
São semanas de descoberta e porta aberta à construção de uma comunidade que não assenta em laços económicos mas sim humanos. Uma comunidade de pessoas que quer fazer, quer resistir (a quê?, perguntam-nos; tanta coisa, respondemos) – resistir e construir. Contra o impasse, continuar. Procurar, partilhar, abrir em vez de fechar; ficar.
Bem vindos à nossa casa. Bem vindos aos que mostram trabalhos e aos que os vêm ver. Bem vindos, enfim, a todos.
“Se alguém houver que não queira, trá-lo contigo também.” (José Afonso)
Esperamos contar com o vosso apoio de divulgação. Qualquer questão para informações adicionais, não hesitem em contactar.
| ESTREIA |
Marta Pires e Raquel Leão
Cartas não são ridículas, são só notícias de alguém...
Cartas não são ridículas, são só notícias de alguém...
E se acabassem com os correios?
E se a distância que vai do punho à leitura deixasse de existir?
E se a eternidade se perdesse no instante?
E se todos nos escrevessem uma carta? E se respondêssemos a todos?
Isto não é uma apresentação, isto não é Teatro...
Isto é uma carta aberta.
Criação e Interpretação: Marta Pires e Raquel Leão
Grafismo: André Raposo
Apoio:Gonçalo Alegria, Joana Vilela, Jorge Ganhão, Teatro do Vestido e NOC.
Travessa do Corpo Santo, nº29 2º
1200 - 131 Lisboa
Estrutura financiada pela: Presidência do Conselho de Ministros - Secretaria de Estado da Cultura, Direcção Geral das Artes
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