quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Destaques - Agenda Cultural de Outubro


ENTREVISTA – RUI VIEIRA NERYDoutorado em Musicologia, professor universitário, director do programa Descobrir da Fundação Calouste Gulbenkian, ex-secretário de Estado da Cultura, Rui Vieira Nery, 52 anos, tem publicado diversos ensaios sobre História da Música Portuguesa, tendo paralelamente desenvolvido trabalho de divulgação em torno do fado, de que se destaca a publicação do livro Para uma História do Fado, publicado pelo jornal Público, em 2004. Neste momento, prepara o lançamento, com aquele jornal, de uma colecção de discos acerca dos primeiros 15 anos da carreira de Amália Rodrigues, em colaboração com Vasco Graça Moura. Fomos ouvi-lo falar de Amália, da sua herança e do que foram estes dez anos sem ela.
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REPORTAGEM – AMÁLIA 2009O profundo mistério do canto, a infinita sedução da voz, a majestade do porte, o fascínio sempre renovado dos sumptuosos vestidos pretos, levaram o crítico do jornal francês Le Fígaro a escrever, em 1960: “a impossível rosa negra só pode ser Amália Rodrigues”. A cantora estreou-se profissionalmente no Retiro da Severa, em 1939, há precisamente 70 anos. Conquistou Portugal e o mundo, internacionalizando o Fado e transformando a sua voz num dos símbolos da Identidade Nacional. A 6 de Outubro de 1999, a “impossível rosa negra” floriu pela última vez, para sempre. Dez anos depois, percorremos Lisboa em busca da presença de Amália na cidade que tanto marcou. Uma experiência que nos trouxe à memória os versos de David Mourão Ferreira, um dos poetas que mais e melhor cantou: “Eu sei meu amor / Que nem chegaste a partir / Tudo, em meu redor, / Me diz que estás sempre comigo”.
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CINEMA – DOCLISBOA 2009 – VII FESTIVAL INTERNACIONAL DE CINEMA DOCUMENTAL A marcar a rentrée cinematográfica, o doclisboa 2009, festival dedicado ao cinema documental, apresenta os melhores documentários da última temporada. Ao longo de dez dias, é possível assistir a uma programação rica e diversificada que engloba cerca de 150 filmes. Estruturado sob os pilares habituais - Competição Internacional, Competição Nacional, Investigação, Riscos e Ensaios -, o festival destaca três secções não competitivas: Love Stories, a homenagem a Jonas Mekas e um programa especial sobre os Balcãs. A primeira destas secções oferece uma programação especialmente criada para o doclisboa 2009: histórias de amor únicas são reveladas sob o registo do documentário. A retrospectiva dedicada à obra de Jonas Mekas, cineasta lituano radicado nos EUA e considerado o pai do cinema de vanguarda, dá a conhecer filmes seus exibidos nas principais cinematecas e museus da Europa e da América, e conta com a presença do realizador para dirigir uma masterclass e discutir a sua obra com o público. A mostra Balcãs em Foco apresenta a produção documental dos sete novos países da ex-Jugoslávia (Sérvia, Croácia, Bósnia-Herzegovina, Eslovénia, Kossovo e Macedónia) e interroga a identidade dos outros países da zona balcânica (Albânia, Bulgária, Roménia e Turquia). No doclisboa 2009 o mundo fica mais perto.
Culturgest | cinemas são jorge e londres | 15 a 25 de outubroPág.18


DANÇA - CNB DANÇAS EM CASA
CNB Dançar em Casa é o título genérico com que a Companhia Nacional de Bailado passa a designar as produções que assinalam as suas temporadas. Para a programação de Outubro ressaltam propostas que vão do neo-clássico ao contemporâneo. A abrir temos a recriação de Serenade que a CNB estreou em 1982. Com coreografia de Balanchine datada de 1934, o sucesso deste bailado em um acto também foi devido à música de Tchaikovski – Serenade para cordas em C maior, op 48 –, tendo-se tornado, talvez, na mais conhecida obra daquele coreógrafo de origem russa. Na peça pontua a sugestão de imagens românticas e a evocação de imagens extraídas de Giselle e do Lago dos Cisnes. Temos seguidamente À Flor da Pele de Rui Lopes Graça, obra estreada em Maio deste ano, com música de Philip Glass. E a finalizar: a reposição de Four Reasons, criação do coreógrafo Edward Clug, com música original para piano e violino de Miko Lazar, interpretada ao vivo pelo compositor e pelo violinista Vasilj Melijnikov. São, para já, estas as novidades que arrancam a temporada da CNB.
Teatro Camões | 15 a 17 de Outubro às 21h | 18 de Outubro às 16h
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MÚSICA - FADISTAS CANTAM AMÁLIA
Da autoria de Hélder Moutinho, o espectáculo Fadistas Cantam Amália conta com a presença de músicos com quem a fadista partilhou palcos e grandes momentos da sua vida, como José Fontes Rocha, que fez o acompanhamento de um dos discos preferidos de Amália – Com que voz, com música de Alain Oulman e letras de alguns dos maiores poetas portugueses –, Celeste Rodrigues, irmã de Amália e uma referência do fado castiço, João Ferreira Rosa, famoso intérprete de fado tradicional, e Joel Pina, que também acompanhou a fadista. A nova geração de intérpretes e instrumentistas também está presente através da voz de Joana Amendoeira, e da guitarra, viola e contrabaixo de Pedro Amendoeira, Diogo Clemente, Pedro Pinhal e Paulo Paz, este último acompanhante habitual de Camané. Um espectáculo intimista que procura recriar a casa de Amália onde todas as noites eram noites de fado.
São Luiz Teatro Municipal | 9, 10 Outubro | às 23h30
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TEATRO – AMÁLIA EM NOVA IORQUE
Amália em Nova Iorque sobe ao palco no Museu do Fado, com produção da Cassefaz. A peça é encenada e protagonizada por Maria José Pascoal. A actriz interpreta um monólogo - à semelhança do que fez recentemente na peça Vieira da Silva Par Elle Même, onde representava o papel da artista plástica Maria Helena Vieira Silva e que lhe valeu o Globo de Ouro de Melhor Actriz – em que dá vida à Rainha do Fado. Amália está doente no seu quarto de hotel em Nova Iorque e questiona-se sobre a morte e sobre a vida, se valeu a pena cantar e o que é que teria feito se não cantasse. “…Que estranha forma de vida tem este meu coração: vive de forma perdida; quem lhe daria o condão? Que estranha forma de vida…”, como reflecte Amália no poema de sua autoria.
Museu do fado | 30 de outubro a 20 de dezembro Pág.37


EXPOSIÇÃO - AMÁLIA, CORAÇÃO INDEPENDENTE
O Museu Colecção Berardo, em parceria com a Fundação Amália Rodrigues, o Museu Nacional do Teatro, a Valentim de Carvalho e em co-produção com a Fundação EDP, apresenta a exposição – Amália, Coração Independente. A mostra pretende repensar a fadista através de documentos, pinturas, filmes, vestidos e jóias, entre outros objectos e suportes, no sentido de retratar o seu universo numa perspectiva viva e contemporânea. Tornou-se conhecida mundialmente como a Rainha do Fado e foi considerada por muitos como uma das melhores embaixadoras do país. Em Portugal, desde 1950, Amália alcança a dimensão de mito num contexto político extremamente problemático - um país em plena ditadura, mas que a soube reconhecer às vezes. Cantou os grandes poetas da língua portuguesa, como Camões e Bocage, além dos poetas que escreveram para ela - Pedro Homem de Mello, David Mourão Ferreira, Ary dos Santos, Manuel Alegre, Alexandre O’Neill – e conheceu também Alain Oulmain que lhe compôs várias canções. Ao longo de dois mil metros quadrados, a exposição retrata Amália no seu estatuto de diva, senhora de vários repertórios, do fado à música ligeira, mas também enquanto estrela de estatura mundial.
Museu Colecção Berardo | 5 de Outubro a 2 de Fevereiro 2010Pág.45


CRIANÇAS – HISTÓRIA DE QUEM PERDE A SOMBRA
Baseada no conto A Fabulosa História de Peter Schlemihl, de Aldelbert Von Chamisso, a Companhia do Chapitô apresenta a peça infantil História de Quem Perde a Sombra. Com adaptação de Miguel Castro Caldas e encenação de Sofia Cabrita, o espectáculo conta a história de um senhor que troca a sua sombra por uma bolsa cheia de moedas que nunca acabam. Rapidamente descobre que a riqueza não o faz feliz uma vez que é rejeitado por todos pelo facto de não ter sombra, pois não ter sombra significa não existir. O homem que lhe tinha comprado a sombra propõe, então, restituir-lha em troca da sua alma, mas ele não aceita e resolve deitar fora a bolsa das moedas. A partir daí e utilizando um par de botas mágicas inicia uma viagem pelo mundo dedicando-se a estudos naturalistas tentando assim compensar o facto de não poder conviver com os humanos.
Chapitô | a partir 22 de Outubro
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CIÊNCIA – O UNIVERSO DE EINSTEIN
O ciclo de conferências promovido pela Fundação Calouste Gulbenkian intitulado Nas Fronteiras do Universo, que se inscreve no assinalar do Ano Internacional da Astronomia, associa-se, este mês, ao Centro Multidisciplinar de Astrofísica da Universidade Técnica para debater o contributo de Einstein para a compreensão do nosso universo. A teoria da relatividade (nas versões restrita e geral), a concepção de espaço curvo, o papel das forças gravíticas na deformação do espaço, a introdução das dimensões espácio-temporais foram, entre outros, grandes contributos daquele físico alemão que levaram à revisão do universo tal como era entendido até então, assente nos conceitos euclidianos e newtonianos. A partir daí o universo nunca mais foi o mesmo. Einstein abriu portas para novas teorizações como a expansão do universo, o big bang, o papel dos buracos negros, etc. A conferência é proferida por Alfredo Barbosa Henriques, professor catedrático no Instituto Superior Técnico, autor de diversas obras sobre física, inclusive uma introdução à Teoria da Relatividade Geral proposta por Einstein. A entrada, como habitual, é livre.
Fundação Calouste Gulbenkian | 14 de Outubro às 18h
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FAZER – VISITAS COMENTADAS NO MUSEU DO FADO
O Museu do Fado promove até Novembro Visitas Cantadas à exposição permanente. Ao visitar o circuito expositivo, o público será surpreendido pela actuação de vários fadistas que interpretarão temas de Amália. O Museu do Fado narra a história desta canção de Lisboa desde o século XIX até aos nossos dias – ilustrada pelo vasto espólio de fotografias, cartazes, instrumentos musicais, trajes e adereços, troféus, carteiras profissionais e obras de arte – bem como os seus fenómenos de mediatização: produção discográfica, teatro de revista, rádio, imprensa, cinema e televisão. Na exposição é possível apreciar obras de Rafael Bordalo Pinheiro, José Malhoa, Constantino Fernandes, Arnaldo Louro de Almeida, Cândido da Costa Pinto, Júlio Pomar e João Vieira. O Fado Malhoa (José Galhardo/Frederico Valério), o Fado Português (José Régio/Alain Oulman) e Gaivota (Alexandre O’Neill/Alain Oulman) são alguns dos fados popularizados por Amália, que ilustram obras tão emblemáticas como O Fado, de José Malhoa, O Marinheiro, de Constantino Fernandes ou o acervo em exposição do compositor Alain Oulman, que os visitantes vão poder agora ver e ouvir ao vivo.
Museu do Fado, Outubro e Novembro | Sábado e Domingo às 16h
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FESTIVAIS E CICLOS – FESTIVAL TEMPS D’IMAGES
Começa este mês o Festival Temps D’ Images, evento marcante no panorama artístico português que procura mais uma vez cruzar várias áreas artísticas, sendo que a imagem se mantém como recurso técnico e estético. A necessidade de questionar, de interagir, de fazer reflectir e dar a conhecer é um factor comum aos muitos espectáculos e projectos apresentados no evento. Nove espaços culturais da cidade de Lisboa acolhem instalações, projecções e espectáculos. Algumas das iniciativas interpelam directamente a sociedade, marcando pontos de vista. Disso são exemplo os espectáculos de Lúcia Sigalho, Michel Schweizer e de Raquel Freire, e as instalações de Jesper Just e de Patrícia Portela. Estreiam também oito novas criações nacionais, revelando a capacidade de dinamização do evento na oferta artística do país. Da programação destacam-se ainda o Prémio de Cinema Temps D’images para Filmes sobre Arte – dos poucos prémios do género em todo o mundo -, um ciclo de cinema dedicado ao teatro, na Cinemateca Portuguesa, e uma mostra de trabalhos vídeo/dança intitulada FRAME research.
Vários locais | 29 de Outubro a 22 de Novembro
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