Segunda-feira, 16 de Agosto de 2010
ESTADO ATENTO A ALEGADA “EXPLORAÇÃO” DE REFORMAS
O Instituto da Segurança Social diz conhecer os rumores que correm da retirada de idosos dos lares para ajudar as famílias nas despesas, avança o DN. No entanto, fonte do gabinete do presidente Edmundo Martinho salienta que "não há dados consistentes que apontem para a saída de idosos de lares para que as famílias fiquem com a reforma". Para os responsáveis, as razões económicas são as únicas que justificam a saída de idosos dos lares. Manuel Lemos, da União das Misericórdias Portuguesas, acredita que "a retirada dos idosos tem uma razão estritamente financeira, e não porque as famílias passem a deter, de um momento para outro, melhores condições de acolhimento e mais disponibilidade". Já para o padre Lino Maia, presidente da Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade (CNIS), "o ideal era as famílias tomarem conta dos seu s idosos. Contudo, "a maioria das famílias não tem condições e, por isso, acaba por recorrer às instituições de solidariedade social". Até porque estas "conseguem prestar cuidados que as famílias não têm capacidade para dar", defende. Já o deputado do CDS-PP eleito por Viana do Castelo, Abel Baptista, diz ter conhecimento de casos, naquela região, em que as famílias estão suportadas pelas reformas. "Não digo que estes casos vão aumentar muito, mas é uma situação que tende a complicar", avisa o deputado democrata-cristão, que pede mais atenção por parte da Segurança Social. Certo é que, a não ser que haja queixas formais - devido a maus tratos ou abandono -, as autoridades nada podem fazer para evitar a retirada dos idosos, já que se trata de decisões familiares.
A vacinação contra a gripe em 2009/2010 registou o valor mais alto estimado de vacinados da última década, mas continua aquém das taxas de outros países europeus. Contas de um estudo reveladas poucos dias depois de a ministra da Saúde, Ana Jorge, anunciar que a vacina contra a gripe sazonal para a próxima época contém o vírus H1N1 e vai ser administrada, pela primeira vez, de forma gratuita a grupos mais vulneráveis. Pode ler-se no estudo da responsabilidade do Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (INSA), citado pelo Portugal Diário: “Na população geral, na época de 2009/2010, observou-se o valor mais alto estimado de vacinados, 19,5%, desde a época de 1998-1999, período em que se começou a estimar a cobertura vacinal contra a gripe sazonal”. Segundo os últimos dados conhecidos, a cobertura vacinal em 2006/2007 foi de 25% o no Reino Unido, 27,4% na Alemanha, 21,8% em Espanha, 24,2% em França e 24,4% em Itália. Segundo o estudo, a cobertura da população com a vacina antigripal sazonal nos grupos de risco foi de 52,2% nos indivíduos com 65 e mais anos e de 31% nos portadores de doença crónica. A vacinação foi feita, fundamentalmente, por indicação do médico de família (70,3%) e a cobertura mais alta foi feita na região de Lisboa e Vale do Tejo (18,9 %) em oposição ao Algarve (10,5%). O estudo “Vacinação antigripal da população portuguesa em 2009-2010: cobertura e algumas características do acto vacinal” teve como base um inquérito realizado em Abril de 2009, por entrevista telefónica, à amostra de famílias ECOS (Em Casa Observamos Saúde), constituída por 1078 unidades de alojamento, representadas por 2893 pessoas, com uma taxa de resposta de 89,9%.
LARES ENCHEM VAGAS COM DESCONTOS
A crise está a levar as famílias a retirar os idosos das instituições, conforme alerta o presidente da União das Misericórdias Portuguesas (UMP), Manuel Lemos. Para combater este fenómeno, os lares privadas estão a fazer descontos nas mensalidades e planos de pagamentos. A redução do preço das mensalidades tem como objectivo conseguir ocupar todas as vagas. "Lares que antes apenas tinham uma ou duas vagas, hoje não só têm mais lugares vagos, como demoram mais tempo a conseguir ocupá-los", revela o presidente da Associação de Apoio Domiciliário de Lares e Casa de Repouso (ALI). João Ferreira de Almeida dá como exemplo instituições que tinham 1.200 euros de mensalidade, acabam por cobrar apenas 1.000, para ganhar clientes. Outros lares privados optam por fazer planos de pagamentos para as famílias que se atrasem no pagamento. Tal como acon tece no lar da Fundação D. Pedro IV, em Lisboa. "Quando as famílias não conseguem fazer face à despesa, reformulamos a mensalidade e se for preciso passamos esses utentes para o sistema da Segurança Social, que também temos aqui", refere uma das funcionárias da instituição. O mais preocupante para os responsáveis são as condições em que os idosos ficam quando são retirados dos lares, para muitas vezes ficarem sozinhos em casa durante grande parte do dia. Manuel Lemos admite ao DN que "as Misericórdias têm conhecimento da saída de idosos de alguns lares", embora esse seja um fenómeno sem reflexo na actividade das associadas da UMP devido às listas de espera.
CALOR: LARES ATENTOS A SITUAÇÕES DE RISCO
Julho e Agosto têm sido abrasadores em Portugal. Tempo seco, temperaturas quase sempre acima dos 35 e, por vezes, dos 40 graus. Em pleno mês de férias para muitos portugueses, o calor pode tornar-se um perigo para a saúde pública, nomeadamente nos grupos de risco (idosos, crianças e doentes crónicos). Nos lares, a preocupação com os mais velhos torna-se fundamental. Exemplo deste alerta é a Santa Casa da Misericórdia de Viana do Alentejo. Salas arejadas e bastante água para os utentes é o que não pode faltar para que não haja surpresas desagradáveis. "Temos sempre que estar de olho neles, principalmente naqueles que apresentam maior debilidade", disse ao CM Eufrásia Marcos, funcionária da instituição, que está também alertada para o facto de as pessoas de maior idade não sentirem sede e raramente pedirem água. No Alentejo, a situação t orna-se por vezes ainda mais preocupante, visto ser extremamente quente por estes dias, sobretudo no período compreendido entre as 12h00 e as 19h00, apesar de os naturais desta região sempre terem convivido com o clima de extremos. Segundo a Direcção-Geral da Saúde, estima-se que desde Maio tenham falecido no País cerca de mil pessoas vítimas de complicações derivadas do calor.
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