quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Newsletter Mundo Sénior 12 Agosto 10









Quinta-feira, 12 de Agosto de 2010

CALOR: UM MILHÃO DE PORTUGUESES PODEM ESTAR MAL HIDRATADOS
Um milhão de portugueses poderá estar mal hidratado, segundo o Instituto de Hidratação e Saúde (IHS), que lançou “recomendações” para sensibilizar a população para uma hidratação adequada, principalmente em dias de muito calor. Patrícia Padrão, nutricionista do Conselho Científico do IHS, afirma que “é importante promover junto da população, em geral, e da comunidade médica e científica, em particular, uma campanha em torno dos benefícios da hidratação, vital para a saúde pública”. “A desidratação pode provocar cansaço, dores de cabeça, dificuldade de concentração e mal-estar geral. Pode, igualmente, afectar de forma significativa funções físicas e mentais e é um factor de risco relativamente a certas doenças”, alertou a especialista, citado pelo DD. O IHS destaca a necessidade de aumentar a ingestão de líquido s em situações fisiológicas especiais (febre, vómitos ou diarreia, por exemplo), em caso de gravidez ou lactação, quando há condições ambientais associadas a maior perda de água corporal, como temperatura e altitude elevadas, ou aquando da prática de exercício físico. O instituto realça a importância de serem ingeridas pequenas quantidades de líquidos de cada vez e frequentemente ao longo do dia, por existir evidência científica que sugere que a absorção de água é maior quando o volume de líquidos ingerido é repartido por várias ocasiões. O Instituto alerta ainda que as crianças e os idosos devem merecer uma atenção especial “visto existir evidência de que o aporte hídrico nestas fases do ciclo de vida, poderá ser inferior ao desejável”. Adverte, por outro lado, para a necessidade de as pessoas estarem atentas a sintomas associados a desidratação como a sede, a cor da urina e manifestações de défice cognitivo, como diminuição da ca pacidade de concentração, atenção ou memória. “Promover a variedade das fontes de hidratação” é outra recomendação do IHS, salientando que vários alimentos e bebidas fornecem água ao organismo, “um aspecto que poderá ter especial importância na educação da população portuguesa”. Estudos desenvolvidos recentemente pelo IHS mostraram que “uma proporção considerável da população reportou não gostar de água e desconhecer a capacidade de hidratação de outras bebidas”. Os resultados destes estudos, que incluíram amostras representativas da população portuguesa, evidenciaram a existência de alguns grupos que ingerem uma quantidade de água inferior aos valores de referência, destacando-se pela negativa os homens com baixa escolaridade. “Torna-se assim fundamental a ampla divulgação destas recomendações, de forma a optimizar a ingestão hídrica dos portugueses, não esquecendo que a escolha das fontes de hidratação deve ser feita no enquadramento de um estilo de vida saudável e depende das preocupações e necessidades individuais, sejam elas nutricionais, de impactes ambientais, de segurança alimentar ou outras”, refere o IHS.

SAÚDE: PORTUGUESES TÊM OS GASTOS MAIS ELEVADOS DA UE
Os consumidores portugueses são, na Europa, os que reservam mais dinheiro para a saúde no total dos gastos de consumo. E Portugal é o país europeu onde a despesa com saúde no cabaz completo de bens e serviços mais cresceu desde 1996, destaca o jornal i. Os números, disponíveis nas estatísticas do Índice de Preços no Consumidor do Eurostat, mostram que o peso da Saúde rondava os 0,6% do total em 1996, chegando a 5,1% em 2005 e 8% em 2010. Nestes 14 anos, a subida acumulada do peso dos gastos com saúde foi de 7,4 pontos percentuais, “a mais pronunciada de toda a EU”, refere o diário. No segundo lugar surge a Grécia (mais 6,2 pontos) e em terceiro a Lituânia (cinco pontos). Por essa razão, estes países, com Portugal à cabeça, lideram no peso dos gastos com saúde no cabaz das famílias. De acordo com o i, especialistas dizem que, em Portug al, a subida é explicada pelo facto de a base de partida ser muito baixa (a saúde era tendencialmente gratuita e a facturação do sector privado era marginal); por questões de rendimento (desde 1996 que as pessoas ganham mais e têm mais acesso a financiamento); por ter aumentado o acesso a cuidados mais inovadores e, em menor parte, por questões demográficas - a população tem uma longevidade superior, logo gasta mais em saúde.

PROGRAMA NOVAS OPORTUNIDADES VAI CRIAR DOIS NOVOS CURSOS
O programa Novas Oportunidades não vai atingir a meta de um milhão de certificados até final do ano, mas isso não preocupa o presidente da Agência Nacional de Qualificação, para quem o importante é a rede manter a capacidade de resposta - dois novos cursos vão ser criados, avança o JN. Luís Capucha estima que 10% dos idosos portugueses sejam iletrados e que 20% - alguns ainda na vida profissional activa - só tenham a antiga escola primária. Os analfabetos são, por isso, um dos próximos alvos do programa Novas Oportunidades (NO). O outro serão os empresários. O curso - que pretende transmitir ou recuperar competências básicas como ler e escrever - está a ser ultimado e deve ser lançado até final do ano. Ainda “sem metas definidas” e apesar de “muitas escolas darem resposta” à literacia de adultos, no NO quando se lança um program a de formação “falamos sempre em dezenas de milhares de pessoas”, sublinha o presidente da Agência Nacional de Qualificação (ANQ). “Queremos que a aprendizagem ao longo da vida seja uma realidade”. Apesar do programa não atingir a meta definida pelo Governo e várias vezes sublinhada pelo primeiro-ministro - um milhão de certificados até final de 2010 -, Luís Capucha insiste que o objectivo “não era irrealista”. O programa, insiste, “desmistificou o mito de que os portugueses não gostam da escola” e criou uma “situação sem paralelo em Portugal e no resto da Europa”. A média mensal de inscrições no programa é de 20 mil e o tempo de espera, nalguns centros, entre a inscrição e o início da formação, continua a ser uma preocupação.

TOME NOTA

SNS AINDA SEM RESPOSTA ADEQUADA PARA DOENTES DE ALZHEIMER
Estima-se que existem em Portugal cerca de 90 mil pessoas diagnosticadas com Alzheimer, uma doença neurodegenerativa, progressiva e irreversível, com efeitos devastadores sobre o doente e sobre a família. Quem se depara com este quadro, enfrenta sérias dificuldades em encontrar respostas adequadas, nomeadamente a nível de prestação de cuidados especializados.
Aos doentes e seus cuidadores faltam respostas em centros de dia especializados, unidades de internamento ou programas de apoio ao domicílio adequados e com preços comportáveis. Perante esta realidade, muitos familiares são obrigados a deixar o emprego para cuidarem do doente.
75 MIL FAMÍLIAS AFECTADAS
Segundo estimativas da Associação Alzheimer Portugal, nesta situação encontram-se 75 mil famílias (80% do total), que acabam por sofrer uma sobrecarga psicológica, física e económica, por vezes, insustentável.
Da parte do Sistema Nacional de Saúde, ainda não existem respostas adequadas para os doentes de Alzheimer. No Norte, a integração na Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados (RNCCI) está para breve, conforme assegurou ao JN a Administração Regional de Saúde do Norte (ARSN).
“A Rede de Cuidados Continuados vai criar uma área específica para a saúde mental e para os casos de Alzheimer. É uma lacuna regional, e também nacional, mas esperamos dar uma resposta a curto prazo”, afirmou, em Junho, o presidente da ARSN.
INSTITUIÇÕES RECEBEM EM SITUAÇÕES EXTREMA
Balbina Fernandes, assistente social e membro da direcção da delegação Norte da Associação Alzheimer Portugal, explica que “a falta de definição das políticas de saúde e, nomeadamente, a demora na criação da rede de cuidados continuados para pessoas dependentes, que abranja os doentes com Alzheimer, têm sido responsáveis pelo vazio existente neste domínio. Também, a pouca afirmação das associações de doentes e familiares tem facilitado a irresponsabilidade social nesta matéria”. Apesar disso, Balbina Fernandes diz ter conhecimento de “instituições para idosos que vão recebendo alguns doentes, por vezes, em situações extremas. Estas respostas vão surgindo pelo País fora nas várias vertentes existentes, seja em Centro de Dia, Lares ou Apoio Domiciliário”.
RNCCI RECEBE POR 90 DIAS
Por enquanto, a Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados apenas tem possibilidade de admitir doentes de Alzheimer, para descanso do cuidador, no máximo 90 dias intercalados por ano nas Unidades de Longa Duração e Manutenção.

UNIDADES DE DIA E PROMOÇÃO DA AUTONOMIA
A coordenadora da RNCCI adianta que, este ano, deverão ser implementadas, em experiência-piloto, as primeiras Unidades de Dia e Promoção da Autonomia. Estes equipamentos terão como objectivo a “prestação de cuidados integrados de suporte, de promoção da autonomia e apoio social, em regime ambulatório, a pessoas com diferentes níveis de dependência”, sendo que 50% das vagas estarão reservadas para pessoas com demência. “Tencionamos iniciar o projecto com o máximo de 20 unidades, uma em cada distrito e duas em Lisboa e Porto”, acrescenta. As equipas serão compostas por enfermeiros, terapeutas ocupacionais, assistentes sociais, psicólogos, fisioterapeutas ou enfermeiros de reabilitação e auxiliares. As Unidades de Dia e Promoção da Autonomia, cuja regulamentação ainda não foi publicada, foram anunciadas em Maio de 200 9. Até agora, ainda não foi avançada nenhuma data específica para o seu arranque.

Sem comentários:

Enviar um comentário